Domingo, 20 de abril de 2025
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A Rússia e os países da Aliança dos Estados do Sahel (ASS, na sigla em inglês), composta por Mali, Burkina Faso e Níger, entraram em acordo nesta sexta-feira (04/04) para estabelecer uma parceria estratégica. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, expressou “prontidão” em fornecer apoio russo prioritariamente nas áreas da segurança, defesa, economia e diplomacia do grupo.

Em uma declaração conjunta emitida após uma reunião entre os chanceleres dos quatro países, realizada em Moscou, o ministro russo destacou que a assistência às Forças Armadas da ASS incluirá o fornecimento de armas e de equipamentos avançados, além do treinamento especial aos militares.

“As partes também concordaram em reforçar as capacidades operacionais das forças combinadas da ASS, facilitando a aquisição de equipamentos militares de ponta e fornecendo treinamento adequado de pessoal para garantir a segurança abrangente no território da confederação. Nesse contexto, o lado russo expressou sua disposição de oferecer a assistência técnica necessária”, afirma o comunicado.

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Por sua vez, a AES saudou a “contribuição crucial” da Rússia para “fortalecer a paz e a segurança internacionais”. 

Em 28 de janeiro de 2024, Níger, Mali e Burkina Faso anunciaram sua saída da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pois, de acordo com os representantes desses três países, a organização havia se tornado uma ameaça ao impor “sanções ilegais, ilegítimas, desumanas e irresponsáveis” contra seus Estados-membros.

Como parte dos acordos, a Rússia e os países do Sahel estabelecerão reuniões rotativas anuais para manter um diálogo contínuo.

Ministry of Foreign Affairs of Russia
Reunião em Moscou entre ministros das Relações Exteriores de Burkina Faso, Karamoko Jean-Marie Traoré; do Níger, Bakary Yaou Sangaré; do Mali, Abdoulaye Dio; da Rússia, Sergey Lavrov

ASS condena ‘conspiração criminosa’ da Ucrânia

O comunicado também expressou repúdio ao que descreveu como “conspiração criminosa” da Ucrânia, que foi acusada de patrocinar grupos terroristas na região do Sahel, norte da África.

“As partes condenaram veementemente os atos de agressão por Estados que apoiam o terrorismo, em particular a conspiração criminosa da Ucrânia com grupos terroristas armados que operam na região do Sahel”, disse o texto.

Anteriormente, Lavrov havia acusado as autoridades de Kiev de apoiar abertamente terroristas naquela área e desestabilizar a situação na África. Na mesma linha, no dia anterior, o chanceler do Mali, Abdoulaye Diop, declarou que seu país considera a Ucrânia um Estado terrorista.

Em entrevista coletiva na quinta-feira (03/04), o ministro malês disse que seu governo possui provas fotográficas e em vídeo de que a nação de Volodymyr Zelensky estaria enviando armamentos a terroristas no Sahel.

“Gostaria de reiterar o nosso compromisso na luta contra o terrorismo e também contra os países que patrocinam esses grupos terroristas, como é o caso da Ucrânia”, pontuou Diop.

(*) Com Telesur e TASS