Com pouco avanço na resolução da crise recessiva que atinge a Zona do Euro, lideranças da Europa já sugerem que a melhor saída para o bloco é a exclusão da Grécia. Nesta sexta-feira (11/05), tanto o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, quanto o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, alegaram que a comunidade conseguirá preservar sua coesão após uma hipotética desvinculação da economia grega.
Em entrevista à emissora italiana SkyTG24, Barroso defendeu que a Grécia não deve permanecer no bloco caso chegue à conclusão de que não conseguirá honrar seus compromissos com os demais membros.
Para Barroso, “se os acordos não são respeitados, isso significa que as condições não serão favoráveis para que um país que não respeita seus compromissos permaneça”. Comparando a Zona do Euro a um “clube”, o português acrescentou ainda que, “se um país não respeita suas regras, é melhor que vá embora”.
Agência Efe
Assim como seu colega português, Schäuble também conversou com a imprensa e considerou que o sistema da Zona do Euro está muito mais resistente e fortalecido se comparado com o contexto de eclosão da crise da dívida pública europeia, há dois anos.
Segundo o jornal alemão Rheinischen Post, o ministro julgou “perigoso enganar os cidadãos prometendo uma outra via mais sensata para ‘limpar’ a Grécia, que evite maior rigidez”. Questionado sobre a capacidade de tomar medidas de resgate econômico com rapidez, o ministro considerou “errônea a impressão de que [o bloco] não seria capaz de reagir a curto prazo perante um imprevisto”.
Schäuble aproveitou a oportunidade para pedir novamente que os partidos gregos formem uma coalizão de governo capaz de conferir estabilidade às instituições financeiras do país. Segue, assim, os moldes da pressão contra países europeus deficitários que vem sendo protagonizada pela chanceler alemã Angela Merkel.
Uma pesquisa conduzida pela consultoria alemão Toluna und Thoering Heer & Partner revelou que 73% dos alemães defendem a saída da Grécia da União Europeia. Mais além, 60% dos entrevistados considerou prejudicial para uma resolução da crise as manifestações de italianos, franceses e gregos contra a austeridade e o enfraquecimento do Estado de bem-estar social protagonizado por governos conservadores.
Crise política
A Grécia ainda não conseguiu formar um governo de coalizão desde as eleições parlamentares do último domingo (06/05). Nesta manhã, o líder do partido de esquerda Syriza, principal opositor ao plano de resgate do país, disse que não participará de um governo de união ao lado do líder do socialista Pasok, Evangelos Venizelos.
“Não é a Coalizão de Esquerda que recusou essa proposta, mas o povo grego, que o fez por meio de seus votos no domingo”, disse em coletiva o líder do Syriza, Alexis Tsipras, após reunir-se com Venizelos. Encurralados, líderes do Pasok já cogitaram a devolução do governo para o presidente Karolos Papoulias.
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