O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira (05/02) que o país não é mais membro da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A decisão foi divulgada durante entrevista coletiva do porta-voz Manuel Adorni, na qual o funcionário afirmou que “não podemos mais permitir que uma organização internacional intervenha em nossa soberania, muito menos em nossa saúde”.
Na mesma entrevista, Adorni admitiu que a medida em si e o argumento da “defesa da soberania sanitária” foram inspirados na postura que o governo de Donald Trump nos Estados Unidos mantém sobre o tema. “Hoje, a Argentina também passa a trilhar o caminho correto, e as decisões passarão a ser tomadas pelos argentinos”, frisou.
O governo dos Estados Unidos anunciou no dia 20 de janeiro a retirada do seu país da OMS, em uma das primeiras medidas assinadas por Donald Trump após tomar posse do seu segundo mandato.
Vale destacar que Trump chegou a tomar essa mesma decisão em seu primeiro mandato (2017-2021), mas ela acabou sendo revertida durante o governo de Joe Biden (2021-2025).

Milei acusou OMS de cometer delitos de lesa humanidade ao promover as quarentenas durante a pandemia de covid-19
O presidente da Argentina, Javier Milei, se manifestou sobre o tema através de mensagens nas redes sociais. Em uma delas, ele disse que a OMS foi “ideóloga das quarentenas cavernícolas que implicaram em um dos maiores delitos de lesa humanidade da história, de acordo com os princípios do Estatuto de Roma”.
O mandatário também reclamou que “a Argentina não recebe financiamento” da OMS e que, “portanto (sua retirada) não representa perda de recursos nem afeta a qualidade dos serviços” prestados pelo Estado nacional.
Segundo o diário argentino Página/12, os sites oficiais do governo argentino e seus canais de comunicação nas redes sociais passaram difundir mensagens dizendo que, com a saída do país da OMS, “haverá mais flexibilidade para adotar novas políticas e reformas buscando retomar o caminho da soberania na saúde”.
As mensagens são propagadas pelo Ministério do Capital Humano, pasta criada pelo governo de Milei que substitui os extintos ministérios da Saúde, Educação, Trabalho e Moradia, entre outros.
Vale destacar que a Argentina era um dos mais antigos dos 194 estados-membros da OMS, razão pela qual fazia parte do Conselho Executivo da entidade.
Com informações do Página/12.