O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (09/07) que utilizará a presidência rotativa do Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) à serviço da reincorporação do Paraguai ao bloco. “O caminho do Paraguai é o sul, é o Mercosul”, afirmou o líder venezuelano sobre o membro suspenso do bloco desde a destituição do então presidente Fernando Lugo, em junho do ano passado.
“Apesar das opiniões e das diferenças políticas que possamos ter com o presidente eleito do Paraguai, colocamos a serviço do Paraguai a presidência venezuelana do Mercosul para facilitar todos os processos institucionais para sua reincorporação”, garantiu Maduro, complementando que, como presidente temporário do bloco, a Venezuela dará “todos os passos” para o retorno do país.
Agência Efe
Maduro em ato de lançamento da missão Mercosul, em Caracas, condecorando o embaixador brasileiro
O chefe de Estado participou nesta terça de um ato em Caracas para o lançamento da “Missão Mercosul”, que contou com a participação de ministros, empresários e investidores. Na cerimônia, ele condecorou o embaixador brasileiro no país, José Antonio Marcondes de Carvalho.
Apesar das intenções de Maduro, o Paraguai reivindica o posto que será assumido pela Venezuela. Nesta terça, no entanto, o chanceler brasileiro, Antônio Patriota, confirmou que a presidência rotativa corresponde a Caracas, já que na próxima cúpula do Mercosul, em 12 de julho, o Paraguai ainda estará suspenso do bloco.
O chanceler do Uruguai, Luis Almagro, que participou da reunião com Patriota, disse que a questão da presidência será resolvida quando o Paraguai se reintegrar ao bloco, o que acontecerá quando o recém-eleito Horacio Cartes assumir o governo. Uma fonte da chancelaria venezuelana confirmou a Opera Mundi que Maduro ainda não foi convidado para a cerimônia de posse de Cartes, marcada para 15 de agosto.
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Ex-chanceler de Hugo Chávez, Maduro foi declarado “persona non grata” pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados do Paraguai devido a versões de que teria interferido na política interna do país para evitar a destituição de Lugo. A tensão entre Assunção e Caracas aumentou com a adesão da Venezuela ao Mercosul, após uma espera de cerca de seis anos, sem a aprovação do Legislativo paraguaio.
Nesta terça, Maduro também disse que, como presidente temporário do bloco, facilitará o caminho para a expansão do Mercosul na América Latina. “A incorporação da Bolívia, do Equador e de países como a República Cooperativa de Guiana são metas que estamos colocando”, afirmou, complementando que a Venezuela deve trabalhar para dinamizar o bloco.
Segundo ele, com a incorporação de seu país, o bloco comercial tem potencial para expandir seu mercado para o Caribe, e que trabalhará para “processos de aproximação, negociação e acordos” com mecanismos de integração como a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), a Caricom (Comunidade do Caribe) e a Petrocaribe. “A ideia é fortalecer o Mercosul”, afirmou.