O Senado do México aprovou esta terça-feira (10/12) um projeto que incorpora termos como “presidenta” e “governadora” na Constituição do país.
A medida foi apresentada pela bancada do partido governista Movimento de Regeneração Nacional (Morena) e, segundo os autores, visa promover a linguagem inclusiva e a representação das mulheres em cargos públicos.
O projeto recebeu 113 votos a favor, dos 128 legisladores que compõem a casa. Houve 14 abstenções e apenas um voto contrário, que curiosamente foi de uma mulher, a senadora Lilly Téllez, do Partido da Ação Nacional (PAN), de extrema direita.
A senadora governista Olga Sosa, que discursou a favor do projeto antes da votação, disse que “esta mudança não é meramente ortográfica”, e que “a presença da mulher nos espaços públicos é legítima, necessária e deve ser igualitária”.
A imprensa mexicana enfatizou o fato de que a própria mandatária mexicana, Claudia Sheinbaum, tem defendido desde a campanha eleitoral que deseja ser chamada de “presidenta”.
Ela reforçou esse discurso após sua vitória nas urnas, no dia 2 de junho, quando obteve 59,8% dos votos, contra 27,5% da ex-senadora Xóchitl Gálvez, do PAN. Ela tomou posse em outubro deste ano.
Após a aprovação do projeto, Sheinbaum voltou a defender o uso da palavra “presidenta”, argumentando que “durante muito tempo não se dizia ‘homens e mulheres’ nos documentos oficiais, apenas ‘homens’, como se a palavra ‘homem’ contivesse a mulher, mas na verdade acabava nos ocultando”.
“Agora, até as Forças Armadas (do México) já adotaram o ‘comandanta’, e isso é importante porque traz uma ruptura, uma transformação na língua, que eu considero boa”, acrescentou, em entrevista realizada nesta quarta-feira (11/12).
Dos 32 estados mexicanos, 13 são atualmente governados por mulheres, enquanto 50% dos assentos no Congresso mexicano bicameral são ocupados por mulheres legisladoras.