O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, afirmou neste sábado (12/03) que o país não vai aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) devido aos bombardeios promovidas pela Aliança Militar contra o povo sérvio em 1999.
“Há quem diga que devemos aderir à Otan, e a nossa resposta é que pensamos que devemos proteger o país nós mesmos, porque temos o nosso Exército que protege o nosso país e o céu”, afirmou Vucic dirigindo-se aos cidadãos durante um comício pré-eleitoral.
O líder da nação disse que “a cooperação [entre países aliados] é sempre boa e é bom perdoar, mas não podemos esquecer”, reforçando que “nenhuma das crianças, soldados e civis assassinados” durante a “agressão” lançada contra o país, então parte da antiga Iugoslávia, será apagado da memória do povo sérvio.
“Em breve será marcado o aniversário da agressão. E não hesitaremos em chamá-la de agressão, e não de intervenção ou campanha”, afirmou, acrescentando que mantém contato com líderes mundiais para reforçar a importância de “paz”.
Wikicommons
Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, afirmou que país não pode esquecer as agressões da Otan
Agressão da Otan contra Iugoslávia
Em 24 de março completam-se 23 anos desde o início dos bombardeios da Otan contra a Iugoslávia, que se desintegrou após uma série de conflitos étnicos nos anos 1990 e que em 1999 era composta pelos atuais Sérvia e Montenegro.
As forças do bloco intervieram no conflito relativo à independência do Kosovo sem aprovação da Organizaç`ão das Nações Unidas (ONU).
O então presidente dos EUA, Bill Clinton, anunciou o lançamento dos ataques contra a Iugoslávia em um discurso em 24 de março de 1999, justificando-o como “uma intervenção humanitária”.
Os bombardeios ocorreram de 24 de março a 11 de junho de 1999. Durante esses 78 dias, a Otan lançou um total de 2.300 mísseis contra 990 alvos e 14.000 bombas sobre o território da Iugoslávia. Só na capital, Belgrado, caíram 212 bombas.
Também foram lançados entre 10 e 15 toneladas de urânio empobrecido que provocaram desastre ambiental e aumento em cinco vezes da incidência de casos de doenças oncológicas.
(*) Com SputnikNews.