Claudia Sheinbaum: 'migração se resolve com justiça social, não com muros'
Presidenta do México propõe criação de áreas onde são prestados cuidados médicos, laborais e educativos aos migrantes na fronteira com a Guatemala
Em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (01/04), a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, deu detalhes da proposta de criação de um polo de desenvolvimento, onde serão prestados cuidados médicos, laborais e educativos na fronteira sul do país, com a Guatelama.
A proposta foi apresentada à secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristin Noem, na última sexta-feira (28/03), durante um encontro ocorrido Palácio Nacional.
Na reunião, Sheinbaum recebeu de Noem uma lista de exigências dos Estados Unidos, que incluiu a proteção da fronteira sul com a Guatemala, a aceitação de voos de deportação e o fim do fluxo de drogas e de imigrantes indocumentados.
Nesta segunda-feira (31/03), em entrevista à Fox News, a secretária norte-americana contou detalhes do encontro, que classificou como “produtivo” e afirmou que Sheinbaum “é notável” e que tem estado “muito envolvida na fronteira sul”.
Mas, frisou: “o presidente (Trump) não quer que as pessoas continuem falando, ele quer ação. Ela (Sheinbaum) tem a oportunidade de fazer algo que relatarei ao presidente para ver se podemos lidar melhor com a situação tarifária que seu povo está enfrentando”.
Cerca de 10 mil guardas mexicanos já foram mobilizados na fronteira norte do país.

´Rejeitamos imposições´
Apesar de Noem considerar o encontro “produtivo”, ele terminou com apenas um tratado renovado: o acordo aduaneiro, assinado em 2022 com o ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, foi renovado.
Aos jornalistas, na manhã desta terça, Sheinbaum reiterou que “a migração se resolve com justiça social, não com muros”, e defendeu uma cooperação baseada em respeito mútuo e não subordinação.
“É uma questão de colaboração, porque não é uma questão do que o presidente Trump estabelece em relação ao México. Isso é muito importante, é uma questão de colaboração, coordenação, não subordinação”, apontou.
A proposta mexicana vai na contramão da pressão estadunidense em militarizar a região para conter a migração e o tráfico de drogas. Seu projeto inclui a extensão do Comboio Interoceânico do Istmo de Tehuantepec – uma alternativa ao Canal do Panamá – até à Guatemala.
“A melhor maneira de lidar com a migração não é com soldados, mas com centros de bem-estar que geram emprego e oportunidades”, afirmou a presidenta referindo-se aos centros já existentes em Tapachula.
Com TeleSur e La Jornada
