Com 99,98% dos votos apurados, o “sim” à reforma constitucional, que troca o sistema de governo da Turquia de parlamentarista para presidencialista, venceu com um resultado apertado – 51,21% contra 48,79% – o referendo deste domingo (16/04). Os números provêm da agência oficial Anadolu.
O “sim” perdeu nas grandes cidades do país – Istambul, Izmir e a capital Ancara –, na região curda e nas áreas mediterrâneas, mas liderou no interior. A oposição, liderada pelo partido pró-curdos CHP, disse que vai pedir recontagem de ao menos 37% dos votos.
O partido afirma que os números da Junta Suprema Eleitoral ainda não mostram um resultado tão avançado – somente 60% das urnas teriam sido apuradas. Uma das maiores preocupações da oposição é o comunicado da Junta, que hoje permitiu considerar válidas na contagem cédulas não previamente seladas pela equipe da mesa eleitoral, o que abre a porta, segundo consideram, para manipulações.
Agência Efe
Partidários de Erdogan comemoram resultado de referendo na Turquia
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“Dizem que são válidas as papeletas e envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora”, disse à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.
O resultado oficial será divulgado nesta segunda-feira (17/04). Se confirmado o resultado, o presidente Recep Tayyip Erdogan terá obtido uma grande vitória, já que a reforma acaba com a figura do primeiro-ministro e diminui a atuação do Parlamento. Com o resultado, abre-se o caminho para que ele governe até 2029 ou 2034.
Para Erdogan, a reforma é fundamental para manter a estabilidade e o crescimento econômico da Turquia. A oposição argumenta que será o fim da democracia no país.
(*) Com Efe