Sítios arqueológicos sírios estão sendo “sistematicamente saqueados” por grupos armados, afirmou nesta quinta-feira (18/12) o ministro de Turismo, Bisher Yazayi.
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As declarações foram dadas após a visitação feita por ele a vários lugares históricos, entre eles o santuário de Assayeda Zainab, um dos destinos de turismo religioso mais importantes do mundo.
[Torre da Grande Mesquita de Alepo, destruída após ataque em 2013]
De acordo com o ministro, um dos objetivos da guerra contra a síria é “destruir os sítios arqueológicos e religiosos e tudo o que está relacionado com o patrimônio cultural do país”.
Calcula-se que existam mais de 18 mil sítios arqueológicos na Síria. Muitos deles correm o risco de desaparecer em meio ao conflito armado no país, que dura mais de quatro anos.
Unesco
No começo do mês, em uma conferência internacional sobre as ameaças ao patrimônio cultural na Síria e no Iraque, a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, defendeu a criação de zonas culturais protegidas nos locais de patrimônio da humanidade nesses países e disse não ser “tarde demais para começar a atuar”.
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Cidadela de Alepo antes da destruição em outubro de 2012
O trabalho deveria começar, de acordo com ela, pela cidade de Alepo, considerada Patrimônio Mundial e com a Mesquita dos Omeyas, classificada por ela como um “local emblemático”. Desde 2012 a Unesco alerta sobre o risco do tráfico de bens culturais sírios durante o conflito.
Na mesma linha de Yazayi, ela reconheceu que os ataques ao patrimônio cultural e o tráfico ilegal de bens culturais são “parte de uma estratégia de limpeza cultural deliberada de uma violência excepcional”.
Como proposta realizada ao final do evento realizado em 3 de dezembro, especialistas presentes recomendaram a criação de uma proibição internacional relativa ao comércio de antiguidades provenientes da Síria.