Quarta-feira, 18 de junho de 2025
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O chanceler sírio, Walid al Muallem, afirmou nesta quarta-feira (22/01) que ninguém tem o direito de tirar a legitimidade da Constituição, do presidente ou da lei de seu país, em resposta às declarações do secretário de Estado norte-americano, John Kerry. O diplomata dos Estados Unidos afirmou que Bashar al-Assad não pode ter qualquer participação em um governo de transição.

Efe

Muallen, chanceler da Síria, acusou as autoridades turcas de facilitarem o apoio direto aos terroristas que lutam na Síria

“Somente os sírio podem decidir quem é seu presidente”, reforçou o ministro das Relações Exteriores sírio a Kerry. Durante sua intervenção na conferência de paz sobre a Síria, que começou hoje em Montreux, na Suíça, o representante do governo sírio assinalou que somente o diálogo trará uma solução para o conflito, mas “enquanto existam países nesse fórum que estão financiando grupos terroristas, não teremos êxito”.

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“Eu e o povo da Síria lamentamos que a esta mesa, junto conosco, estejam sentados os representantes dos países que têm as mãos manchadas de sangue do povo sírio, os países que têm exportado o terrorismo, justificando sua atuação porque seu Deus lhes teria dado um direito de enviar essa pessoa para o inferno e aquela para o paraíso”, disse al Muallem. Ele acusou as autoridades turcas de facilitarem o apoio direto aos terroristas que lutam na Síria, e culpou o governo da Turquia de traição.

Muallem respondeu ao secretário de Estado dos EUA, que afastou hipótese de Assad estar em governo de transição

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As críticas depois foram dirigidas à delegação da oposição síria, a quem o chanceler também acusou de ter traído o povo sírio: “Se querem falar em nome dos sírios, não deviam ter traído o povo sírio e serem agentes pagos dos inimigos do povo sírio”. O ministro negou a existência de uma “oposição moderada” e acusou os membros do Exército Livre da Síria de serem “mercenários, que sequestram civis em troca de resgates, extorquem os pobres e os usam como escudos humanos”. “Tudo isto se faz com as armas fornecidas por países representados aqui, que apoiam supostos grupos moderados”, disse o chefe da delegação síria.

Encontro

Participantes de cerca de 40 países e organizações responderam ao convite do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para participarem da conferência, que tem o objetivo de encontrar uma solução política e pacífica para a guerra civil pela qual passa o país há quase três anos e que deixou mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados.

O Brasil está sendo representado no encontro pelo secretário-geral do Itamaraty, o embaixador Eduardo dos Santos. O chanceler Luiz Eduardo Figueiredo iria participar da conferência, mas está acompanhando a presidenta Dilma Rousseff no Fórum de Davos.

De acordo com o Itamaraty, o Brasil está “convicto de que não há solução militar para o conflito sírio” e “está pronto para colaborar para o êxito do evento e das negociações”. A conferência, disse o ministério em nota, é uma oportunidade “valiosa” para que seja iniciado um diálogo “necessário e construtivo”.