Quarta-feira, 26 de março de 2025
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Em coletiva realizada nesta terça-feira (04/03), a presidente do México, Claudia Sheinbaum, prometeu que seu país responderá ao tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos aos seus produtos com “medidas alfandegárias e não alfandegárias”.

A declaração acontece horas depois de um pronunciamento do presidente norte-americano Donald Trump, na noite de segunda-feira (03/03), no qual ele afirmou que a trégua tarifária iniciada há cerca de um mês foi derrubada, o que torna vigente, a partir desta terça, o tarifaço de 25% aos produtos do México e do Canadá.

Segundo Sheinbaum, “não há fundamento ou justificativa para apoiar esta decisão, que afetará nosso povo e nossas nações”.

“Já dissemos isso de várias maneiras: cooperação e coordenação, sim; subordinação e intervencionismo, nunca”, enfatizou a mandatária, que completou dizendo que “o México será respeitado, somos nações iguais”.

Além de declarar vigentes os tarifaços ao México e ao Canadá, Trump anunciou um aumento nas tarifas impostas aos produtos da China, de 10% para 20%.

Fentanil e postos de trabalho

Em outro momento da coletiva, a presidente mexicana criticou duas declarações, uma feita por Trump e outra pelo governo dos Estados Unidos, afirmando que os mexicanos estariam “roubando os postos de trabalhos” dos estadunidenses.

A presidente também rebateu uma insinuação de que o governo do México seria “cúmplice por omissão”, pela “vasta quantidade de fentanil que circula em nosso país”.

“São declarações ofensivas, difamatórias e infundadas sobre o governo mexicano, que negamos e condenamos categoricamente”, contestou Sheinbaum.

Governo do México
Sheinbaum afirmou que seu país estudará medidas de retaliação aos EUA por tarifaço aplicado aos produtos mexicanos

Em um comunicado emitido pela Casa Branca horas depois do pronunciamento de Trump, o governo estadunidense argumentou que o tarifaço aos produtos mexicanos, canadenses e chineses visa “reequilibrar o cenário com países que estão roubando os empregos dos trabalhadores nos Estados Unidos”.

A nota lançada por Washington ressalta uma das frases ditas por Trump em seu pronunciamento, quando ele prometeu que, com o tarifaço, “os postos de trabalho voltarão.

Cronologia da guerra tarifária

A política de tarifaços de Trump teve início logo na primeira semana do seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, com o anúncio de taxas de 25% aos produtos do México e do Canadá, além de 10% aos produtos da China.

Dias depois, após negociações entre as autoridades dos três países norte-americanos, foi estabelecida uma trégua de um mês a essa decisão, que chegou ao final com a medida adotada por Washington nesta segunda-feira.

Durante o mês de fevereiro, o presidente estadunidense lançou outros três decretos que reforçaram sua política de guerra tarifária.

Em 10 de fevereiro, Trump decidiu elevar em 25% as tarifas sobre todo o aço e alumínio importados pelo país. A medida afetou diretamente o Brasil, que é um dos três maiores exportadores desses dois produtos aos Estados Unidos – junto com México e Canadá, coincidentemente.

Em 13 de fevereiro, o mandatário assinou um memorando para criar uma regra de imposição de tarifas recíprocas aos países que cobrem taxas adicionais de importação sobre produtos estadunidenses. A medida foi considerada uma resposta às ameaças de Canadá, México e China aos primeiros tarifaços anunciados pela nova administração da Casa Branca.

Na última quarta-feira (26/02), Washington decretou a imposição de tarifas alfandegárias de 25% a diversos produtos importados da União Europeia.

 

Com informações de La Jornada e TeleSur.