Suprema Corte da Romênia rejeita contestação da extrema direita sobre eleições

A Suprema Corte da Romênia rejeitou, nesta quinta-feira (22/05), a tentativa do candidato da extrema-direita George Simion, da Aliança para a União dos Romenos (AUR), de anular o resultado das eleições presidenciais do último domingo (.18/05).

Simion perdeu para o atual prefeito de Bucareste, Nicușor Dan, um candidato independente e centrista, por uma margem de 53,6% a 46,4%. No domingo, ele chegou a reconhecer a derrota, mas voltou atrás, alegando ‘interferência estrangeira’ nas eleições.

“Após deliberações, o tribunal constitucional rejeitou por unanimidade o pedido”, considerado “infundado”, afirmaram os juízes romenos, apontando que a decisão do tribunal é definitiva.

A autoridade eleitoral confirmou que a nova votação transcorreu de forma “íntegra, justa e transparente”, e criticou a propagação de informações falsas que visam “minar a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado”.

A corte validará o resultado oficial ainda hoje, com a presença de Dan.

Agitar as bases

Conhecido por seu alinhamento com Donald Trump, Simion é uma voz estridente contra a União Europeia e o apoio militar romeno à Ucrânia.

Ao longo da semana, ele animou sua base, frustrada com o resultado eleitoral, com acusações de que a França e Moldávia interferiram nas instituições romenas para manipular a opinião pública.

“O tribunal constitucional continuou o golpe! Tudo o que podemos fazer é lutar! Convido você a se juntar a mim, hoje e nas próximas semanas”, postou na plataforma X.

Simion repete, de forma inversa, o argumento da Justiça romena que tirou seu padrinho político, Călin Georgescu, da disputa eleitoral em dezembro do ano passado.

A justiça romena o impediu de concorrer às eleições presidenciais, após alegações de ingerência da Rússia em ações de rede sociais e outras ilegalidades no processo eleitoral. A eleição foi cancelada dias antes do segundo turno.

Cinco meses depois, o novo pleito aconteceu no último domingo, com a vitória do prefeito de Bucareste. Em seu discurso, ele garantiu que “manterá sua direção pró-Ocidente, com participação na OTAN, presença na UE e parceria estratégica com os EUA”.