O responsável pelo Conselho de Direitos Humanos (CDH) da presidência da Rússia, Andrei Babushkin, constatou sinais de tortura no corpo dos três tchetchenos detidos por seu suposto envolvimento no assassinato do opositor russo Boris Nemtsov, após visita a eles na terça-feira (10/03).
“Existem suficientes indícios para pensar que [Zaur] Dadaev e os irmãos [Anzor e Shaguit] Gubashev foram torturados”, afirma o relatório de Babushkin, publicado nesta quarta (11/03) no site do CDH.
Agência Efe
Além de Dadev, outros quatro suspeitos foram detidos após morte de oposicionista no centro de Moscou
O ativista russo visitou ontem os três tchetchenos na prisão de Lefortovo, em Moscou, e constatou que no corpo de Dadaev, que, segundo a juíza que instrui o caso, teria confessado seu envolvimento no assassinato, “se observam vários danos corporais”. Anzor Gubáshev também tem em seu corpo “vários arranhões no nariz, punhos e pernas, que sofreu após ser detido”, acrescenta o relatório de Babushkin.
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Com a divulgação do relatório, a Justiça da Rússia anunciou que vai interrogar Babushkin e outra ativista que revelaram as supostas torturas contra os três presos.
“[Eles] Serão submetidos a outros procedimentos de investigação para esclarecer os motivos de seu minucioso interesse pelo caso penal (do assassinato de Nemtsov), assim como a publicação de seus detalhes na imprensa”, afirmaram as autoridades russas. Babushkin e [Eva] Merkacheva, “sem fazer parte da investigação, se interessaram pelos documentos da causa violando deste modo não só as normas de procedimento, mas também a lei”.
Líder opositor e ex-vice-primeiro-ministro da Rússia, Boris Nemtsov foi morto na noite de 27 de fevereiro, após levar quatro tiros nas costas. Ele era um dos organizadores de uma marcha contra o conflito na Ucrânia e era conhecido por suas desavenças com Putin. O episódio gerou críticas de importantes figuras políticas da comunidade internacional, que exigiu uma investigação do caso. Após o caso, milhares de russos tomaram as ruas de Moscou em críticas ao atual governo.
(*) Com Efe