O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomendou hoje (23) que todos os brasileiros evitem viajar à Argentina e ao Chile por causa do aumento de casos da gripe suína nos países vizinhos. Temporão disse que, quem puder, deve adiar a viagem. A recomendação foi feita no hospital Albert Einstein, em São Paulo, durante a inauguração de um novo centro de medicina ambulatorial, junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Temporão fez o anúncio após a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo recomendar que os moradores do estado evitem viajar para os dois países sul-americanos.
Na Argentina dez pessoas morreram em decorrência da doença e há 1.213 casos confirmados, 614 deles em Buenos Aires. O Chile tem 4.315 pessoas contaminadas e sete vítimas fatais. O Brasil tem 240; em uma semana, o número de infectados subiu, com 166 novos doentes. Segundo o ministério, 16 dos casos de contágio aconteceram dentro do território nacional. São Paulo é o estado com maior número de infectados: 149. Até o momento, não há registro de mortes relacionadas à doença.
São Paulo
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo divulgou uma nota, no final da manhã de hoje (23), pedindo para que os moradores do estado de São Paulo evitem viajar para a Argentina e para o Chile. A recomendação também vale para os outros países da América do Sul que registram transmissão da doença, embora a medida tenha dado ênfase aos dois países, já que são os vizinhos com maior número de infectados.
O pedido foi feito com base em estatísticas feitas pelo governo estadual: 40% dos 116 casos registrados no estado de São Paulo até o dia 22 junho foram de pacientes que se infectaram durante viagem para a Argentina. Outros 15,5% adquiriram a doença nos Estados Unidos. O Chile responde por 5,1% dos casos, e o Canadá, por 2,5%.
A restrição não foi estendida aos Estados Unidos, embora tenha sido o segundo país de onde voltou maior número de pessoas contaminadas. A justificativa da Secretaria de Saúde é que a maior parte dos casos foi verificada logo no surgimento da doença e também porque ali o inverno, período em que a transmissão da gripe é maior, está acabando. Na Argentina e no Chile o inverno está no começo.
Os Estados Unidos têm 21.449, com 87 mortes. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), há 52.160 casos em todo o mundo, incluindo 231 mortes, em 99 países.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou hoje que não há recomendação da OMS para que as pessoas deixem de ir para Argentina ou Chile. Segundo a assessoria de imprensa, esta recomendação nunca existiu, nem para o México, quando surgiu como principal foco da gripe.
Ontem, a Anvisa anunciou novas medidas para reforçar a vigilância em portos e aeroportos de todo o país, por conta do aumento do número de casos em países vizinhos do Brasil. Uma delas é que os viajantes que chegam da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai terão de preencher documento com informações sobre o estado de saúde.
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