As tropas britânicas iniciaram oficialmente a retirada do Iraque hoje (31), seis anos após a invasão coordenada do país com os Estados Unidos. Em cerimônia em Basra, sul do país, a bandeira da divisão sudeste da Força Multinacional, com as cores dos Royal Marines, foi retirada na presença de oficiais britânicos, iraquianos e americanos, incluindo o comandante-em-chefe da Força Multinacional no Iraque, o general Ray Odierno.
“Nossas nações estão conectadas pelo sangue que dividimos durante essa jornada. É uma ligação que ninguém poderá romper” disse Odierno, de acordo com o jornal britânico Times. “Vocês devolveram esperança onde o caos reinava” afirmou diante de 300 convidados.
A cerimônia marcou o reconhecimento dos 179 soldados, pilotos e marinheiros britânicos que morreram ao longo do período em que o Reino Unido esteve no Iraque. Com 46.000 soldados mobilizados no país entre março e abril de 2003, o contingente britânico sempre foi o segundo em importância depois das tropas dos Estados Unidos.
“Essa ocasião marca os incontáveis homens e mulheres de todas as partes dos Estados Unidos e do Reino Unido que lutaram com tanta coragem no Iraque” disse Jock Stirrup, chefe do Departamento de Defesa britânico, que prestou homenagem em particular “àqueles que fizeram o último sacrifício”.
As operações britânicas de combate no Iraque terminam em 31 de maio e o retorno da maioria dos 4.000 soldados também. Todos os 400 soldados remanescentes retornarão até 31 de julho.
Altos e baixos
Na cerimônia, o general britânico responsável pelo comando militar das forças no sul do Iraque, Andy Salmon, reconheceu que as tropas do Reino Unido vivenciaram “altos e baixos”, mas pontuou que se vê hoje “uma conclusão bem sucedida para uma longa jornada”.
“Posso colocar minha mão no coração e dizer que finalizamos nosso período aqui bem”, afirmou. “Eu sei que foi um começo difícil – todos sabem. Passamos por momentos ruins, como o Exército norte-americano”.
Em entrevista à BBC, o general Salmon afirmou que muitos objetivos foram atingidos nos últimos seis anos de ocupação no Iraque. “Nós ajudamos a aumentar a segurança e colocamos as condições para o desenvolvimento econômico e social. Acho que podemos sair com a cabeça erguida”.
Controle dos EUA
A partir de agora, o papel dos Estados Unidos no sul do Iraque será diferente, devendo se focar no treinamento de policiais iraquianos e na manutenção da rota de transporte de suprimentos entre o sul e Bagdá.
Segundo o coronel norte-americano AJ Johnson, responsável pelas ligações com o Exército iraquiano no Centro de Operações de Basra, os Estados Unidos manterão a estratégia que vinha sendo adotada até agora na região. Isto significa que os soldados e policiais iraquianos devem continuar a ser a presença mais visível nas ruas da cidade.
“O objetivo da transição é garantir que não se perceba que o Exército dos Estados Unidos está aqui e que nós não faremos nada diferente do que os britânicos fizeram na região”, disse Johnson à BBC.
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