Atualização às 11h17
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo (09/02) que vai elevar tarifas de 25% sobre todo o aço e alumínio importados pelo país, afirmando que vai assinar a decisão nesta segunda-feira (10/02).
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, essas tarifas se somariam às que já vigoram sobre esses produtos desde o primeiro mandato de Trump (2016-2020).
Os maiores exportadores de aço para os Estados Unidos são Canadá, Brasil e México, seguidos da Coreia do Sul e Vietnã.
No caso do alumínio, o Canadá respondeu por 79% das importações em 2024. Já o México é grande fornecedor de sucata de alumínio e liga desse metal.
Trump prometeu para os próximos dias também tarifas recíprocas, ou seja, estabelecer taxas equivalentes para todos os países que taxam produtos norte-americanos. “É muito simples, se eles nos cobram, nós os cobramos”, disse. Todas as novas taxas, segundo o mandatário, entrariam em vigor “quase imediatamente”.
Os anúncios ocorrem quando começam a vigorar as taxas que China determinou em retaliação aos Estados Unidos. Pequim taxou em 15% as compras de carvão e GNL do país e em 10% seu petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns veículos.
As ações de Pequim também incluíram investigações sobre algumas empresas norte-americanas, como Google. Mas foram vistas por analistas como comedidas e orientadas a propiciar a negociação. Trump havia dito que falaria com o presidente da China até este final de semana, mas a conversa não ocorreu.

Trump deve assinar nesta segunda-feira (10/02) taxas sobre aço e alumínio
Trump também sinalizou tarifas contra a indústria de semicondutores de Taiwan, a qual ele acusa de roubar negócios dos Estados Unidos. O governo de Taiwan tenta negociar para evitar que isso ocorra.
O país também estaria tomando medidas para comprar mais gás e petróleo dos Estados Unidos para reduzir o superávit comercial de Taiwan, uma das principais queixas de Trump.
As taxas do primeiro mandato
Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu cotas isentas a alguns países, como Canadá, México e Brasil.
Seu sucessor Joe Biden (2020-2024) estendeu as cotas isentas para Grã-Bretanha, Japão e União Europeia.
Os mercados financeiros ainda não reagiram aos pré-anúncios de Trump, mas o ouro aumentou em mais de 1%, alta recorde, e os preços do alumínio subiram 0,3%.
Trump também proclamou o domingo como “Dia Nacional do Golfo dos Estados Unidos”, referindo-se ao Golfo do México, como é mundialmente conhecido.
Taxação das Big Techs
Diante da ameaça das taxas ao aço, o Brasil ainda não anunciou nenhuma resposta retaliatória. Contudo, segundo uma fonte à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o governo Lula considera a “digital tax”, ou seja, taxa sobre empresas de tecnologia e plataformas digitais dos EUA no Brasil.
“A taxação das plataformas teria diversas vantagens sobre qualquer outra medida”, afirmou a autoridade do governo brasileiro ao jornal. Algumas empresas que poderiam ser alvejadas pela medida seriam Amazon, Google, conglomerado da Meta (WhatsApp, Instagram e Facebook), e o Spotify.
Segundo Bergamo, a taxação não prejudicaria os setores industriais brasileiros, uma vez que não objetiva taxar produtos importados do Brasil vindos dos Estados Unidos.
A publicação ainda informa que a medida não seria uma completa novidade, uma vez que já é debatida na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e países como o Canadá já apresentam avanços em sua implementação.
Ottawa adotou uma tarifa de 3% sobre a receita de serviços digitais que dependem de engajamento, dados e conteúdos de usuários canadenses – o motor das plataformas digitais.