Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, assinaram diversos acordos, entre eles, um econômico estratégico, durante a agenda diplomática do republicano em Riad, nesta terça-feira (13/05).

Em nota, a Casa Branca reforçou o compromisso da Arábia Saudita em “investir US$ 600 bilhões nos EUA, construindo laços econômicos que durarão por gerações”.

Dentre os acordos firmados, estão “o programa da Saudi Arabian DataVolt” que deve investir US$ 20 bilhões em inteligência artificial e infraestruturas energéticas nos EUA.

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Por outro lado, empresas do ramo, como Google, DataVolt, Oracle, Salesforce, AMD e Uber “prometem [aplicar] US$ 80 bilhões em tecnologias transformadoras em ambos os países”.

Segundo o comunicado, as parcerias firmadas “fortalecem a segurança energética, indústria de defesa, liderança tecnológica e acesso à infraestrutura global e minerais essenciais”.

“Os acordos celebrados hoje são históricos e transformadores para ambos os países e representam uma nova era de ouro para a parceria EUA-Arábia Saudita”, finalizou a Casa Branca.

Agenda pode abordar Gaza

Essa é a primeira visita de Estado de Trump desde que assumiu a Presidência norte-americana, em janeiro passado, com exceção de uma breve viagem a Roma para o funeral do Papa Francisco no final de abril. Durante seu primeiro mandato, Trump também visitou a Arábia Saudita em sua primeira viagem ao exterior.

Além da Arábia Saudita, Trump visitará o Catar e os Emirados Árabes Unidos até a próxima sexta-feira (16/05). O giro do republicano pelo Oriente Médio, no entanto, não inclui Israel, apesar de sua aliança e proximidade de Trump com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Giro de Trump pelo Oriente Médio objetiva acordos de cooperação e investimentos com as monarquias árabes
The White House/X

De acordo com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a viagem se concentra em “fortalecer os laços entre nossas nações”, citando a primeira viagem de Trump ao Oriente Médio em 2017.

Agora, oito anos depois, “o presidente Trump enfatizará novamente sua visão de um Oriente Médio orgulhoso, próspero e bem-sucedido” disse ela na última sexta-feira (09/05).

O Catar, intermediário chave nas negociações em torno de Gaza, está no centro de uma discussão ética que surgiu nesta semana após o estado petrolífero oferecer a doação de um novo avião Air Force One a Trump, depois que o norte-americano se queixou de que as aeronaves atuais estavam demorando demais para serem substituídas.

Também é esperado que além de pautas de cooperação e investimentos com as monarquias árabes, a visita do presidente republicano também aborde questões de defesa e segurança, incluindo aquelas relacionadas à resolução de conflitos na Faixa de Gaza, Iêmen e Ucrânia, além do programa nuclear do Irã.

Até mesmo segundo o governo americano, um dos motivos para a presença do mandatário no Oriente Médio é coordenar uma negociação para colocar fim na guerra na Faixa de Gaza.

Em entrevista à TV saudita Asharq na última terça-feira (12/05), o porta-voz regional do Departamento de Estado de Washington, Samuel Warberg, declarou que Riad, a capital saudita, é uma parceira-chave para a segurança e estabilidade do Oriente Médio.

A imprensa internacional também está atenta a ações de Trump em relação à Gaza. De acordo com o Financial Times, e citado pelo Almayadeen, foram levantadas questões sobre se a primeira visita de Trump atingiria seu objetivo principal de chegar a um acordo de normalização entre a Arábia Saudita e Israel, abaladas pelo genocídio palestino que Tel Aviv comete.

De acordo com o Almayadeen, “o Financial Times disse que Riad quer se concentrar na cooperação bilateral, deixando de lado qualquer progresso na reaproximação com Israel”, enquanto o analista saudita Ali Al-Shihabi afirmou que não haverá progresso sem ações concretas de Tel Aviv, como interromper a guerra e reconhecer um estado palestino.

Já o colunista Chaim Levinson, do periódico israelense Haaretz, afirmou em um artigo que Trump “pretende revelar plano para acabar com a guerra de Gaza” enquanto estiver no Catar, que é um dos mediadores do conflito.

O jornalista ainda acrescentou que o republicano ordenará que “Netanyahu se alinhe” ao anúncio norte-americano.

(*) Com Ansa, Brasil de Fato, Prensa Latina, TASS, TeleSUR e informações de Al Jazeera e Haaretz