O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (30/07) que está disposto a se reunir com o seu homólogo iraniano, Hassan Rouhani, “sem pré-condiçoes”, para discutir como melhorar os laços entre os dois países.
“Eu me encontraria com qualquer um. Acredito em reuniões, especialmente nos casos em que há guerra em jogo”, afirmou Trump ao ser questionado, durante entrevista coletiva à imprensa na Casa Branca, sobre a possibilidade de um encontro com Rouhani.
Trump não deixou, no entanto, de criticar o acordo nuclear, pacto do qual os EUA se retiraram em maio deste ano. “Não sei se eles estão prontos. Acabei com o acordo com o Irã. Era um pacto ridículo. Acredito que eles provavelmente irão querer encontrar, e estou pronto para atender a qualquer hora que quiserem”, afirmou.
Segundo ele, “se pudéssemos fazer alguma coisa que fosse significativa, não o desperdício de papel que o acordo era, eu certamente estaria disposto a me encontrar (…) isso seria bom para os Estados Unidos, o Irã e o mundo”.
A relação entre o Irã e os EUA começou a se deteriorar após Trump assumir a presidência, o que se acentuou com o anúncio do mandatário norte-americano da saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, contrariando pedidos dos demais signatários.
O pacto, assinado pelo chamado Grupo 5+1 (EUA, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha) foi criado no intuito de limitar o programa nuclear iraniano. Em troca, os países aliviaram as sanções impostas a Teerã.
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Relações entre Irã e EUA se deterioraram após Trump anunciar, em maio, saída unilateral de acordo nuclear (Wikimedia Commons)
Com a saída dos Estados Unidos, as sanções contra o Irã voltaram a ser aplicadas. Os demais signatários se mantiveram no acordo e afirmam que Teerã cumpre com a sua parte no acordo.
‘Hábito pernicioso’ de impor sanções
Neste domingo (29/07), o ministro das relações exteriores do Irã criticou Trump. Segundo ele, Teerã fará com que os EUA abandonem “o hábito pernicioso de impor sanções ao país”.
“Teremos bastante força para mostrar aos EUA que eles devem deixar seu hábito pernicioso. Consideramos que o mundo chegou à conclusão de que os EUA necessitam vencer sua dependência das sanções”, afirmou o ministro.
Javad Zarif também pediu que a Europa se posicione mais claramente a respeito de Trump. O ministro quer que o bloco decida se apoia ou não os objetivos do norte-americano, “que contradiz um pouco os interesses europeus”.