O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar nesta quinta-feira (04/01) a publicação do livro “Fire and Fury: Inside the Trump White House” (“Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump” em tradução livre), do jornalista Michael Wolff, afirmando que a publicação está “cheia de mentiras”.
Para o livro, que teve seu lançamento antecipado por conta da alta procura, o autor fez 200 entrevistas. A mais polêmica delas foi com o ex-estrategista-chefe da Casa Branca Steve Bannon, considerado o mentor da política conservadora de Trump.
Entre as principais revelações, Bannon acusou o filho do mandatário, Donald Trump Jr., de “traição” e de ter cometido um “ato antipatriótico” por ter se reunido com uma advogada russa, durante a campanha eleitoral, para tentar achar informações que comprometessem a democrata e concorrente Hillary Clinton.
Em outro ponto, Bannon revelou que Melania Trump chorou copiosamente após a vitória do marido nas eleições, “mas não de felicidade”, e que houve um “choque total” com o feito do magnata no pleito de novembro de 2016.
The Joint Staff/Flickr CC
Trump disse que livro “Fire and Fury” é mentiroso
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A publicação também revela que a filha do mandatário, Ivanka, quer ser a “primeira presidente mulher” do país e que trabalha com o marido, que também é conselheiro do sogro, Jared Kushner, para atingir tal objetivo.
Em outro trecho, há a revelação de que Trump não esperava vencer as eleições – e que esse foi um dos motivos para não publicar, por exemplo, seu imposto de renda.
“Derrotado, Trump seria ainda mais famoso e um mártir de Hillary. Sua filha Ivanka e o genro Jared seriam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o líder de fato do movimento do Tea Party [a ala radical do Partido Republicano]. Melania Trump, assegurada de que seu marido não seria presidente, poderia voltar a almoçar discretamente. Perder a eleição funcionaria para todos. Perder era ganhar”, diz o livro.
O texto ainda afirma que Trump e Melania dormem em quartos separados, “sendo a primeira vez que isso acontece desde a Casa Branca de Kennedy” e que o magnata “detestou” que estrelas “nível A” se negaram a participar do evento de sua posse, em janeiro de 2017.
Os advogados do presidente tentaram impedir o lançamento do livro e já ameaçaram processar Bannon por “quebra de confidencialidade”.
Bannon perde principal apoiadora financeira
Após as revelações do livro, Bannon também enfrenta perdas – assim como o presidente.
A principal apoiadora dele ao longo dos últimos anos, a bilionária Rebekah Mercer, cancelou o envio de dinheiro para o movimento liderado por ele, incluindo o site ultraconservador Breitbart.
“Estou com Trump. Apoio o presidente Trump e a plataforma na base pela qual ele foi eleito. Eu e minha família não conversamos com Bannon há muitos meses e não damos apoio financeiro à sua agenda política, nem o apoiamos em suas recentes ações e declarações”, disse a financiadora ao jornal Washington Post.