Terça-feira, 10 de junho de 2025
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Em Riad, na Arábia Saudita, o presidente Donald Trump se encontrou nesta quarta-feira (14/05) com o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, e confirmou a suspensão das sanções contra o país anunciadas ontem.

Ele afirmou que vai retirar “todas as sanções contra a Síria” para a ajudar o país a “ter um novo recomeço”. Elas “foram realmente incapacitantes, muito poderosas” e isso “lhes dá uma chance de grandeza”, pontuou.

Acompanharam as negociações o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e o ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

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O encontro foi resultado de meses de esforços sírios, turcos e sauditas. Trump estava relutante em se encontrar com al-Sharaa que foi líder do grupo rebelde islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e também de uma ala síria da Al-Qaeda.

Durante a Guerra do Iraque, al-Sharaa lutou contra os Estados Unidos e passou cinco anos em uma prisão norte-americana.

O presidente interino da Síria Ahmed Al-Sharaa
Wikimedia Commons

‘Novo recomeço’

Ahmed al-Sharaa é presidente interino do país desde a ofensiva liderada por sua coalização islâmica que levou à derrubada do presidente Bashar Al-Assad, em dezembro do ano passado.

As sanções norte-americanas foram impostas originalmente ao governo Assad, após a repressão do governo sírio às manifestações em 2011.

O encontro foi considerado crucial para o reconhecimento da legitimidade de al-Shaara como nova autoridade síria, dentro e fora do país. Após 14 anos de guerra civil, uma fragmentada rede de milícias governa partes da Síria devastada pela guerra.

Contrapartidas

Washington entregou ao país uma lista de 12 condições para o fim das sanções, que incluem o direito dos EUA de realizarem ataques contra os que consideram “terroristas” em solo sírio.

O país também foi instado, segundo a Casa Branca, a deportar palestinos considerados ‘terroristas’ por Washington e a normalizar suas relações com Israel, tornando-se signatário dos Acordos de Abraão.

Trump pediu ainda apoio no combate ao Estado Islâmico.

Outra condição foi a proteção de minorias religiosas. Após o ataque de forças pró-Assad foram mortos 900 civis, em sua maioria alauítas. A Síria também ofereceu acesso ao seu petróleo e convidou Trump a construir uma de suas torres em Damasco.

Israel

Tel Aviv não está na agenda dos quatro dias do norte-americano pelo Oriente Médio. O país vem promovendo uma série de ataques contra a Síria. Em fevereiro deste ano, al-Shaara fez um apelo à comunidade internacional e às organizações regionais para que pressionassem pelo fim das agressões de Israel.

Ao ser questionado sobre Israel, a bordo do Air Force One, Trump respondeu: “ter um relacionamento como o que tenho com esses países … Eu acho que é muito bom para Israel.”

Após o encontro, o presidente norte-americano participou de uma conferência do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), onde deve cortejar aliados para investimentos nos Estados Unidos. Ele embarca para Doha, onde se encontra com o líder do Catar, o emir xeque Tamim bin Hamad al-Thani.

Com The Guardian e RFI