Terça-feira, 13 de maio de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu nesta terça-feira (22/04) não ter “nenhuma intenção” de demitir o atual presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome H. Powell, contudo acrescentou que “gostaria de vê-lo um pouco mais ativo no que diz respeito à ideia de reduzir as taxas de juros”.

Trump recua, após as bolsas reagirem à ameaça de interferência do seu governo no banco central norte-americano, o Fed. Desde quinta-feira (17/04), o bilionário vem pressionando Powell para baixar as taxas de juros do país, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Ele chegou a ameaçar demiti-lo, caso o FED não cortasse sua taxa básica de juros, chamando Powell de “grande perdedor” e o acusando de “fazer política”. “Se eu quiser que ele saia, ele sairá de lá muito rápido, acredite em mim”, afirmou.

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Nos Estados Unidos, por lei, os membros do conselho do Federal Reserve (Fed), só podem ser destituídos “por justa causa”, o que é interpretado como má conduta grave e outras violações.

Donald Trump recua em suas declarações sobre demissão do presidente do Fed
Abe McNatt / White House

Como destaca The New York Times, a independência do Fed em relação à Casa Branca é vista como sacrossanta em Wall Street. Embora a perspectiva de um impasse nas taxas de juros seja preocupante, a ameaça de Trump contra a independência política do Fed gerou uma inquietação muito maior.

Tarifas contra a China

Trump também afirmou, nesta coletiva, que as tarifas sobre os produtos chineses, que batem 145%, “cairão substancialmente, mas não serão zero”. Horas antes, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, havia criticado as altas taxas “insustentáveis”, afirmando esperar uma “desescalada” da guerra comercial entre os dois países.

“Nenhum dos lados acredita que o status quo seja sustentável”, disse o secretário do Tesouro, segundo uma transcrição obtida pela Associated Press. As declarações de Bessent geraram alívio no mercado global de ações, tenso com as ameaças ao Fed, levando à subida do índice de ações S&P 500 para em 2,5%.

Trump reconheceu o aumento no mercado de ações após as declarações de Bessent, porém não confirmou se também achava que a situação com a China era insustentável. “Estamos indo bem com a China”, disse.

O presidente dos Estados Unidos ainda garantiu que será “muito gentil” e que não jogará duro com o presidente chinês Xi Jinping. “Vamos viver juntos muito felizes e, idealmente, trabalhar juntos”, complementou.

Bolsas reagem

O recuo do presidente dos Estados Unidos teve uma resposta positiva imediata em Wall Street. Os índices de ações dos EUA subiram quase 2% no final do pregão desta terça-feira. Na véspera, tanto ações quanto títulos haviam caído e o dólar fechou em baixa de 1,32%, cotado a R$ 5,72, o menor valor desde os primeiros anúncios do tarifaço.