O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, nomeou nesta quarta-feira (21/12) o economista Peter Navarro para liderar o recém-criado Conselho Nacional de Comércio da Casa Branca, departamento que irá elaborar as políticas do novo governo relacionadas a indústria e comércio.
Navarro é um feroz crítico da política industrial e econômica chinesa e foi um dos conselheiros de Trump durante a campanha presidencial. Ele é autor de dois livros que expõem sua visão sobre o país asiático: “The Coming China Wars” e “Death by China” (“A iminente guerra chinesa” e “Morto pela China”, em tradução livre). Este último foi adaptado em um documentário de mesmo nome e argumenta que os EUA estão perdendo empregos na indústria para a China, e pede que os norte-americanos “ajudem a defender os EUA e proteger sua família – não compre produtos ‘Made in China’”.
Durante sua campanha eleitoral, Trump reiterou declarações semelhantes ao que postula Navarro, prometendo expandir a indústria norte-americana por meio da redução da regulação federal e afrontando o que ele considera “concorrência desleal” da indústria chinesa.
Imago/Zumapress
O economista Peter Navarro, nomeado por Donald Trump para liderar novo órgão de comércio e indústria dos EUA
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No começo de dezembro, o republicano provocou protestos do governo da China ao telefonar para a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e ao colocar em dúvida a política de “uma só China” em entrevista ao canal Fox News. Essa diretriz é a base das relações bilaterais entre China e EUA desde 1972, sete anos antes do restabelecimento total dos laços diplomáticos.
“Se [o princípio de 'uma só China'] for comprometido ou interrompido, o crescimento estável das relações entre China e Estados Unidos, assim como a cooperação nas áreas mais importantes, está fora de discussão”, afirmou então um porta-voz do Ministério chinês de Relações Exteriores.
Trump também nomeou o investidor bilionário Carl Icahn como assessor especial para questões regulatórias. Ele já declarou que as empresas norte-americanas estavam sendo “paralisadas” por “regulamentação excessiva” do Estado.
Em comunicado, o Partido Democrata criticou a escolha de Icahn para desempenhar um papel na reforma da regulamentação federal que afeta diretamente as empresas nas quais ele é acionista. “A natureza corrupta deste arranjo não pode ser menosprezada”, declarou o porta-voz do Comitê Nacional Democrata.