Trump sugere 'zona de liberdade' em Gaza enquanto bombas israelenses matam mais de 100

O presidente norte-americano Donald Trump desembarcou nesta manhã (15/05) em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), onde foi recebido pelo presidente do país, Mohammed bin Zayed Al Nahyan.

Antes de entrar no Air Force One nesta manhã, Trump protagonizou mais um episódio desrespeitoso contra o povo palestino.

“Tenho ideias para Gaza que considero muito boas: deixar os Estados Unidos se envolverem e torná-la apenas uma zona de liberdade (…) Eu ficaria orgulhoso se os Estados Unidos a tivesse, a conquistasse e a tornasse uma zona de liberdade”, afirmou aos jornalistas.

Em fevereiro, ele havia apresentado um plano de controle sobre o território. Sua ideia era fazer da Palestina um centro de lazer e de negócios de luxo, condenando ao deslocamento permanente grande parte ou toda a sua população.

As declarações de Trump acontecem no momento em que os palestinos marcam os 77 anos da Nakba (catástrofe), assim chamada a expulsão forçada de mais de 750 mil pessoas de suas terras, a partir de 1948.

E em meio à escalada dos ataques israelenses que deixaram, nas últimas 48 horas, mais de 100 mortos, apesar dos esforços de cessar-fogo em curso.

Enquanto os palestinos são atacados pelas armas de Washington, Trump comemora os acordos no Golfo.

Acordos de trilhões

Os Emirados Árabes Unidos são o seu último destino após um périplo de quatro dias pelo Oriente Médio, onde visitou o Catar e a Arábia Saudita.

“Esta é uma turnê recorde. Nunca houve uma turnê que arrecadasse, o que poderá ser, US$ 3,5 a 4 trilhões em quatro ou cinco dias”, comemorou.

Somente no Catar, as transações entre os dois países giraram em torno de ‘pelo menos’ US$ 1,2 trilhão, informou a Casa Branca.

Elas incluem US$ 96 bilhões com a Qatar Airways para a compra de até 210 aviões Boeing 787 Dreamliner e 777X. Um outro acordo gira em torno de US$ 38 bilhões em defesa área, incluindo a base de Al Udeid.

O governo do Catar ofereceu um avião de luxo a Trump, para uso durante e após a presidência. O episódio escandalizou os democratas que acusam o republicano de corrupção flagrante.

Fim das sanções na Síria

O ponto alto de seu périplo na região aconteceu nesta terça-feira (14/05) na Arábia Saudita, seu primeiro destino.

Em Riad, em um esforço das diplomacias saudita, síria e turca, Trump se encontrou com o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa. Ele suspendeu as sanções que vigoravam contra o país desde 2011.

A decisão empodera al-Sharaa na região. O atual presidente foi líder do grupo rebelde islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e também de uma ala síria da Al-Qaeda, além de combatente contra as forças dos EUA no Iraque.