A União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) deram nesta terça-feira (23/11) o sinal verde ao governo da grego para receber os 9 bilhões de euros do terceiro lance de ajuda financeira à Grécia para evitar a quebra do país, mas pediram que Atenas amplie ainda mais a estratégia de poupança.
Apesar da aprovação dessa nova contribuição, o FMI e a UE pedem ao Governo grego que intensifique a já rígida política de austeridade, com medidas como redução do número de funcionários, corte de gastos em saúde, saneamento ou privatização das empresas públicas e reforma tributária.
Leia mais:
Ajuda de UE e FMI não deve resolver crise da Irlanda, dizem analistas
União Europeia prepara plano de ajuda para conter crise econômica na Irlanda
Reino Unido oferece ajuda a setor bancário da Irlanda
G20 tem pré-reunião com debates 'acalorados' e sem consenso
G20 precisa encontrar solução de equilíbrio para a guerra cambial, defende Lula
G20 aprova plano de ação para impulsionar países em desenvolvimento
Em entrevista coletiva para apresentar as conclusões da visita de inspeção sobre o desempenho da economia da Grécia, o representante do FMI no país, Poul Thomsen, se mostrou otimista sobre a melhora do equilíbrio fiscal.
“O plano fiscal segue bom caminho e em 2011 conseguirá superar as debilidades de receitas e tomar medidas adicionais para realizar um reajuste fiscal sem precedentes”, declarou Thomsen.
Os representantes lembraram que a Grécia tem de enfrentar o desafio de reduzir o déficit público para 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011, um corte drástico em relação aos 15,4% com que deve terminar 2010.
Thomsen não descartou que a Grécia seja obrigada a “prolongar o pagamento do empréstimo e até de pedir um novo empréstimo”, em referência ao crédito de 110 bilhões de euros que o FMI e a zona do euro concordaram em fornecer ao país para salvá-lo da quebra.
A ajuda aprovada nesta terça-feira representa o terceiro lance desse pacote de resgate. Em fevereiro de 2011, uma nova inspeção de analistas internacionais terá de decidir sobre a entrega dos 15 bilhões de euros do quarto lance, algo que dependerá da manutenção da política de austeridade na Grécia.
“É preciso reformar o mercado de trabalho, que nos últimos dez anos perdeu 20% de produtividade e entre 2000 e 2008 duplicou os salários”, destacou Servaas Deroose, representante da UE.
UE e FMI pediram ao governo grego reformas no sistema de saúde que permitam economizar 2,1 bilhões de euros no ano que vem.
Os analistas também lembraram que as empresas públicas são fonte de “grandes perdas”.
Em geral, a Grécia terá de reduzir despesas e aumentar impostos num valor equivalente a 5% do PIB entre 2012 e 2013.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL