As negociações para o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul foram retomadas com um “espírito construtivo”, segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, nesta quinta-feira (05/09), em Brasília.
Representantes da UE e diplomatas sul-americanos começaram a dialogar sobre “diversos assuntos”, declarou uma fonte diplomática brasileira à ANSA, no Palácio do Itamaraty.
A equipe de negociadores brasileiros foi liderada pelo embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
O encontro deverá ser concluído nesta sexta-feira (06/09), mas, de acordo com a fonte, “não está previsto um comunicado oficial”.
O embaixador Lyrio também liderou as negociações realizadas em outubro do ano passado, quando afirmou que “avanços significativos” foram alcançados entre os representantes da UE e o Mercosul.
Apesar de não participar diretamente das conversas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discutiu a agenda entre a UE e o Mercosul em uma reunião na última segunda-feira (02/09) com os chanceleres do bloco sul-americano em Montevidéu, no Uruguai.
O tratado de livre comércio entre União Europeia e Mercosul chegou a ser concluído em 2019, mas não foi ratificado devido à difícil relação do governo de extrema direita do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro com os europeus, ao aumento do desmatamento e ao não cumprimento de regras ambientais pelo Brasil.
As negociações foram reabertas em março de 2023, mas enfrentaram um novo impasse. A UE apresentou exigências ambientais que incomodaram o Mercosul, o qual interpretou as “preocupações europeias” como sendo uma medida protecionista. Durante meses, agricultores franceses, alemães e belgas realizaram protestos contra a concorrência de importações sul-americanas mais baratas.
Recentemente, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o Mercosul está disposto a avançar nas negociações. No entanto, o mandatário culpou a UE pelo atraso nas tratativas, que foram paralisadas em abril para aguardar o resultado das eleições parlamentares realizadas em junho.
(*) Com Ansa