A delegação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), presente na Venezuela para mediar a crise entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição, anunciou nesta sexta-feira (06/03) a criação de uma comissão especial para criar cadeias regionais de apoio para combater a escassez de artigos de consumo básico.
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“Acordamos com o presidente [Nicolás Maduro] que será convocada uma comissão especial através dos órgãos setoriais para criar cadeias regionais de apoio à distribuição de certos e precisos bens de consumo básico”, afirmou o secretário geral da Unasul, Ernesto Samper.
Agência Efe
Samper falou em nome da Unasul após reunião com o governo
De acordo com Samper, “a ideia é que todos os países da região, por meio de suas cadeias e canais de distribuição, possam apoiar os esforços de distribuição que estão sendo feitos na Venezuela, para que esses produtos básicos cheguem a todos os venezuelanos, sem exceção”, afirmou.
A escassez de produtos no país, que se agravou nos últimos meses, é um dos principais problemas enfrentados pelo governo, para quem há uma “guerra econômica” impulsionada pela oposição e setores do empresariado.
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A comissão — integrada pelos chanceleres de Brasil, Mauro Vieira, Colômbia, María Ángela Holguín, e do Equador, Ricardo Patiño — se encontrou com autoridades do governo e está previso um encontro com a oposição venezuelana para “despolarizar” o ambiente político que vive a nação caribenha.
Essa é a segunda vez que a Unasul visita a Venezuela para intermediar a crise política no país. Samper ressaltou, após a reunião com o governo, que é fundamental que sejam realizadas eleições parlamentares, previstas para o segundo semestre do ano, por ser a “melhor forma de resolver as diferenças entre governo e oposição”.
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“Para a Unasul é fundamental (…) que sejam realizadas as eleições na Venezuela. É o melhor cenário para que se confrontem as dificuldades”, ressaltou o secretário geral.
À TeleSUR, Samper disse ainda que “os que querem desestabilizar a democracia na Venezuela alteram a ordem constitucional e têm nosso mais firme rechaço”.