O Conselho de Paz e Segurança da União Africana anunciou nesta sexta-feira (15/10) o envio de mais tropas à Somália, que se somarão aos cerca de 7 mil soldados de Burundi e Uganda que estão no país, e aprovou o aumento do limite de militares na região, que passa de 8 mil para 20 mil.
O comissário Ramtane Lamamra, que preside o órgão, afirmou em entrevista coletiva que nas próximas semanas um batalhão de mil soldados do Burundi se transferirá para a Somália, enquanto dentro de alguns meses outros 4 mil militares procedentes de Djibuti, Guiné, Uganda e Burundi chegarão à região. Em julho, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento da África Oriental apresentou proposta para aumentar o número máximo de soldados da Missão da União Africana na Somália.
Após o atentado cometido por radicais somalis em Campala em 11 de julho, no qual pelo menos 76 pessoas morreram, Uganda se mostrou disposto a enviar até 20 mil soldados, mas a UA teve que lidar com a falta de equipes modernas e de financiamento, pela qual culpa as Nações Unidas, a União Européia e os Estados Unidos. Na entrevista coletiva, Lamamra também declarou que a UA pedirá à ONU que garanta que a missão conte com as mesmas capacidades logísticas de outras missões de paz, como as da República Democrática do Congo e a do Sudão.
“Precisamos de equipes como as que vimos em outras regiões”, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Quênia, Moses Wetangula, em referência aos helicópteros e à moderna tecnologia que as forças de paz da ONU têm no Congo para enfrentar os insurgentes.
O comissário da UA afirmou que a União Africana será integrada por 140 especialistas em cada uma de suas unidades de serviços de segurança.
Novo governo
Ainda na sexta-feira, foi nomeado um novo primeiro-ministro para o governo transitório da Somália. Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como “Farmajo”, é um somali que tem nacionalidade norte-americana.
“O novo primeiro-ministro” tem a “incumbência” de formar “um pequeno e efetivo governo que possa estabilizar o país” e trabalhe “para o interesse público”, afirmou o presidente da Somália, Sharif Sheikh Ahmed. Ele também pediu ao novo primeiro-ministro que tenha como prioridade alcançar a segurança e a estabilidade no país, a começar pela capital, Mogadíscio, onde o governo Transitório controla apenas algumas partes.
A Somália não tem um governo fixo desde 1991, quando o ditador Siad Barre foi derrubado. Desde então, seu território é controlado por milícias islâmicas e outros grupos radicais. O grupo radical de maior influência é o islâmico Al Shabab, que pretendem derrubar o governo transitório para criar um estado muçulmano radical no leste da África.
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