União Europeia diz estar 'pronta para reagir' após tarifaço dos EUA
Comissão Europeia classifica tarifas de Trump como 'golpe na economia mundial' e 'consequências terríveis' para milhões de pessoas
Com um aumento de 20% sobre todas as exportações para os Estados Unidos, que passaram a vigorar já nesta quinta-feira (03/04), os líderes europeus se manifestaram contra o tarifaço do presidente Donald Trump e reiteraram o apelo por um acordo com Washington.
Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, qualificou o tarifaço de Trump como “um grande golpe para a economia mundial”. Ela disse que o bloco está “pronto para negociar”, mas também “pronto para reagir”.
“Estamos nos preparando para outras contramedidas a fim de proteger nossos interesses se as negociações fracassarem”, afirmou. Ela contou que o bloco está finalizando um primeiro pacote de tarifas sobre os produtos dos EUA, de até 26 bilhões de euros, em resposta às taxações do aço e do alumínio.
Segundo von der Leyen, a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos vai “desencadear novos protecionismos” com “consequências terríveis para milhões de pessoas em todo o mundo”, sobretudo nos “países mais vulneráveis”.

Von der Leyen qualificou tarifaço como “um golpe para a economia mundial”
“Catástrofe”
Após o anúncio, representantes de diversos países europeus se manifestaram contra a série de medidas anunciadas por Trump nesta quarta-feira (02/04).
Diante do anúncio, o comissário da UE para o Comércio, Maros Sefcovic, deve se reunir na sexta-feira (04/04) com representantes norte-americanos para discutir o pacote. Em declarações à imprensa, ele garantiu que o bloco “não ficará inerte”.
Mais enfático, o porta-voz do governo francês afirmou que a União Europeia está “pronta pra uma guerra comercial” com os Estados Unidos. Já o primeiro-ministro do país, François Bayrou, qualificou o tarifaço de “catástrofe” para Washington, afirmando que o pacote apresenta uma “enorme dificuldade” para o bloco europeu.
Na Alemanha, o vice-chanceler Robert Habeck afirmou que as tarifas “podem desencadear uma espiral capaz de arrastar países para a recessão e causar danos massivos em todo o mundo”, e acrescentou: “ainda dá tempo” de chegar a uma solução negociada com os EUA.
Já na Itália, a presidente da extrema direta Giorgia Meloni, a única do bloco a ser convidada para a posse de Trump neste ano, afirmou que as tarifas “inevitavelmente enfraquecerão o Ocidente em favor de outros atores globais”. Ela garantiu que seu governo fará “tudo o que puder” em busca de um acordo com Washington.
De Madri, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez apresentou um pacote de € 14,1 bilhões para mitigar o impacto das tarifas “sem precedentes dos EUA”, chamando-as de um retorno ao “protecionismo do século XIX”.
As ações europeias também despencaram durante o início do pregão na manhã de quinta-feira.
Com Ansa e Euractiv.
