A alta representante da União Europeia (UE) para política externa e segurança, Federica Mogherini, pediu nesta quarta-feira (06/12) que o Tribunal Supremo Eleitoral de Honduras (TSE) fizesse uma nova recontagem dos votos das eleições presidenciais de Honduras que ocorreram no final de novembro (26/11). A missão da UE no país já havia afirmado que as eleições continham irregularidades.
“É essencial que as autoridades eleitorais permaneçam abertas e respondam a possíveis reclamações, incluindo a de um segundo processo transparente de recontagem, caso solicitado pelos candidatos”, afirmou a porta-voz de Mogherini em um comunicado.
As acusações de que o processo eleitoral de Honduras conteve irregularidades vêm ganhando cada vez mais corpo. Os últimos dados oficiais apontaram a vitória do governista Juan Orlando Hernández, o que gerou uma série de manifestações no país e reações internacionais.
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Representante da UE solicitou que TSE respondesse às reclamações dos candidatos recontando os votos
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Mongherini afirmou que o direito à manifestação deve ser garantido, mas pediu “que as partes expressem suas preocupações de maneira pacífica, utilizando os mecanismos que têm disponíveis”. Disse ainda que lamenta “a perda de vidas humanas”.
A missão eleitoral que a UE enviou para Honduras “continuará seu trabalho para observar as próximas etapas das eleições para que o processo seja concluído, incluindo possíveis reclamações”.
Missão da UE apontou irregularidades
Marisa Matias, deputada portuguesa do Bloco de Esquerda e líder da missão da União Europeia em Honduras, também afirmou a necessidade de que os votos sejam recontados e e apontou irregularidades no processo eleitoral. “Para garantir a transparência deste processo e garantir que o voto dos hondurenhos foi respeitado, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) deve ter flexibilidade”.
Para ela, “a forma como se anunciou a vitória dos dois candidatos, completamente em contradição com a lei eleitoral –porque quem tem que anunciar o vencedor das eleições é o TSE -, mas também a incongruência que existe entre o tratamento que foi dado aos resultados por esse tribunal em 2013 e este ano tem gerado muita tensão entre a população, muita incerteza e movimentações nas ruas, como seria de se esperar”, destacou Marisa.