As principais autoridades da Europa reagiram nesta terça-feira (01/09) à decisão do primeiro-ministro da Grécia, Giorgos Papandreou, de realizar um plebiscito sobre as medidas de austeridade fiscal para superar a crise da dívida soberana do país. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, reiteraram que o cumprimento do acordo firmado na semana passada, que prevê um perdão de 50% no montante da dívida, é “mais necessário do que nunca”.
A decisão de Papandreou pegou de surpresa os mercados financeiros, que durante todo o dia operaram em fortes baixas. A bolsa de Atenas chegou a cair 6,92%, no que foi acompanhada pelas principais bolsas nos Estados Unidos e na Europa.
Ontem o premiê defendeu, em discurso no parlamento, que o povo grego deve decidir com um referendo “se aprova ou não o acordo” e afirmou que, “se não ele não for aceito, não será aplicado”. O pacote exigido pelos países da Zona do Euro inclui medidas extremamente impopulares, como o aumento de impostos, a demissão de funcionários públicos e a privatização de empresas estatais. Por isso, a aprovação do acordo é considerada improvável.
Os presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, também pediram que Atenas não volte atrás no acordo. “Confiamos plenamente que a Grécia honrará os compromissos que assumiu com a eurozona e com a comunidade internacional”, disseram os dois em comunicado.
Durão e Van Rompuy conversaram por telefone com o premier grego e lembraram os esforços que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional estão fazendo para evitar a quebra do país. Os dois presidentes também estão em contato com outros membros da UE.
O plano aprovado na cúpula extraordinária da eurozona para garantir a sustentabilidade da dívida grega concede à Grécia uma ajuda financeira internacional de 100 bilhões de euros. Esse valor sobe para 130 bilhões se for levado em conta os 30 bilhões que a UE está disposta a fornecer aos credores como garantia para que assumam perdas de 50% sobre a dívida do país.
Os bancos perdoariam dessa maneira US$ 100 bilhões de euros, o que permitiria à Grécia reduzir sua dívida de 150% para 120% do PIB até 2020.
“Essa redução substancial permitiria aliviar a carga sobre o orçamento grego e fomentaria o crescimento e a criação de empregos”, afirmam Durão Barroso e Van Rompuy, que acrescentam que o plano faz parte de um pacote anti-crise global que precisa ser implementado com urgência.
*Com informações da agência Efe e da BBC.
NULL
NULL
NULL