As ‘violações graves’ – mutilações e recrutamento para batalhas – de crianças e adolescentes na Síria bateram recorde em 2016, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira (13/03) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A guerra no país está entrando já no sexto ano.
Pelo menos 652 crianças e adolescentes morreram em 2016 na Síria, o maior número de desde que se começou formalmente a documentar este tipo de vítima, em 2014. Isso representa um aumento de 20% em relação a 2015. Dos mortos no ano passado, pelo menos 255 perderam a vida em ataques dentro ou perto de escolas, de acordo com dados do Unicef.
Além disso, mais de 850 foram recrutados para lutar no conflito, mais do dobro de 2015. O Unicef explicou que os menores são empregados para lutar diretamente nas frentes de guerra e participam cada vez mais em atividades de combate, e inclusive, em algumas ocasiões, atuam como carrascos, suicidas e guardas de centros de detenção.
“A magnitude do sofrimento não tem precedentes. Milhões de crianças da Síria são vítimas de ataques diariamente, suas vidas deram uma reviravolta”, ressaltou o diretor regional do Unicef no Oriente Médio e Norte da África, Geert Cappelaere, na província síria de Homs.
Agência Efe
Ao menos 652 crianças e adolescentes morreram só em 2016 na Síria, diz Unicef
NULL
NULL
Cappelaere advertiu que “cada criança está marcada para o resto de sua vida com consequências terríveis para sua saúde, seu bem-estar e seu futuro”.
Acesso
A agência da ONU se queixou que as dificuldades para chegar a distintas partes da Síria obstaculizam a avaliação do sofrimento dos menores e a chegada de ajuda humanitária para os mais vulneráveis.
Além das bombas e disparos, muitas crianças e adolescentes morrem frequentemente de doenças que poderiam ter sido prevenidas, já que o acesso ao atendimento médico e outros serviços continua sendo complicado.
O Unicef afirmou que, de todos os menores da Síria, os mais vulneráveis são os 2,8 milhões que residem em zonas de difícil acesso. Destes, 280.000 vivem sob cerco, quase completamente isolados da ajuda humanitária.
O organismo internacional fez um apelo a todas as partes no conflito, as que têm influência sobre elas, à comunidade internacional e a qualquer uma que se preocupe com as crianças, para conseguir uma solução política imediata que acabe com a guerra.