“Não é o caminho do unilateralismo, confrontação e polarização midiática que conseguirão que a Venezuela vá adiante”, com essas palavras o secretário-geral da Unasul (União dos Estados Sul-Americanos), Ernesto Samper, criticou, nesta terça-feira (10/03), a decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de classificar a Venezuela como “ameaça à segurança nacional” e sancionar o país caribenho, conforme anunciado nesta segunda-feira (09/03) pela Casa Branca.
Agência Efe
Unasul enviou delegação de chanceleres à Venezuela para mediar crise política entre governo e oposição
Para a Unasul, “não é um bom sinal que precisamente antes da Cúpula das Américas, e quando estamos prestes a celebrar a volta de Cuba a este cenário, os Estados Unidos intervenham unilateralmente nos assuntos internos da Venezuela”.
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De acordo com o organismo integracionista, a ação do presidente Obama desqualifica os esforços realizados pela da comissão de chanceleres da Unasul, integrada por Brasil, Colômbia e Equador que esteve na Venezuela recentemente e, de acordo com Samper, “abriram caminhos para o diálogo político que estava fechado há mais de um ano”.
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O secretário-geral disse ainda que a comissão constatou a existência de “vontade democrática dos atores políticos venezuelanos para participar das próximas eleições legislativas”. Para a comissão, em comunicado divulgado no sábado (07/03), as eleições legislativas são o melhor cenário para apaziguar a situação política no país.
Carlos Latuff
Samper ressaltou ainda o respeito à soberania e o princípio de não ingerência em assuntos internos ao ressaltar que ambos os países têm que buscar uma forma de regularizar suas relações a partir do respeito à soberania Venezuelana: “os venezuelanos e somente eles devem encontrar os caminhos para sair desta encruzilhada sem arriscar a paz nem a democracia”, concluiu.
Itamaraty
O Itamaraty divulgou, na noite desta terça (10/03), uma nota na qual ressalta a importância do papel desempenhado pela comissão de chanceleres que esteve na Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil ressaltou que o organismo se reuniu tanto com autoridades do governo e o próprio presidente, Nicolás Maduro, como com a oposição venezuelana e ressaltou que “a Unasul é hoje o único organismo internacional que conta com a aprovação tanto do governo como da oposição para levar adiante a promoção do diálogo entre os venezuelanos”.
O texto também reitera que serão realizadas novas missões da Unasul ao país e que a entidade acompanhará todo o processo de eleição no país, desde o estágio inicial.