O ex-líder dos grupos paramilitares da Colômbia, Salvatore Mancuso, afirmou que o ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010) teria tentado acabar com a Corte Suprema de Justiça para evitar investigações contra seu governo. O ex-chefe das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) também denunciou que organizações ultradireitistas apoiaram a primeira eleição do ex-presidente.
De uma penitenciária dos Estados Unidos, o ex-paramilitar afirmou, em entrevista à rádio Caracol, que tratou “o tema de que nós apoiamos a campanha eleitoral do então candidato Uribe à Presidência em minhas versões livres”. Em 2010, Mancuso, em depoimento à Corte Suprema de Justiça, falou pela primeira vez do apoio dos ultradireitistas a Uribe nas eleições de 2002, no norte do país, onde várias comunidades estavam sob o domínio desses grupos que consideravam as ideologias do candidato próximas às suas.
Em relação à Corte, Mancuso afirmou que assessores próximos ao ex-presidente pediram a ele e ao comando dos paramilitares que “conseguíssemos provas” contra o tribunal, especificamente fotografias por meio das quais se pudessem estabelecer supostas ligações entre os juízes e narcotraficantes. “A ideia que tinham era enterrar a Corte e montar uma Corte Adhod criada com base nas pretensões do governo anterior”, declarou Mancuso.
Na ocasião, Uribe disse que essas acusações tratam-se de uma “vingança criminosa”, ao que o paramilitar respondeu hoje que “essas verdades foram as que se tornaram incômodas para o governo”.
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