Uma multidão nunca vista em Washington, estimada em dois milhões de pessoas, está concentrada na imponente esplanada em frente ao Congresso da capital norte-americana, à espera de assistir a um momento histórico, a posse de Barack Obama, o primeiro afro-americano a chegar à presidência dos Estados Unidos.
Pessoas de todas as raças, idades e nacionalidades começaram a chegar de madrugada ao Mall de Washington, um imponente jardim de três quilômetros de comprimento que liga o Capitólio ao monumento ao ex-presidente George Washington, para escutar aquele que é o grande segredo do dia: o discurso de Obama.
A única coisa que se sabe, confidenciaram alguns assessores, é que abordará a necessidade de uma “transformação social” nos Estados Unidos.
Todas as televisões do país transmitem imagens de um mar de gente, com bandeiras norte-americanas, dando vivas a Obama constantemente. Quando os cidadãos são entrevistados, descobre-se que vieram de lugares distantes como Alaska e Havaí.
“Isso é um caos. Mas é incrível estar aqui, estamos vendo a história ser feita”, disse à ABCNews Judy Bailey, mãe de três filhos, que viajou 643 quilômetros desde Cincinnati, Ohio.
Obama será juramentado no Capitólio ao meio-dia local (15h de Brasília) e minutos depois, fará o seu discurso. O juramento será feito sobre a Bíblia que o ex-presidente Abraham Lincoln usou quando assumiu pela primeira vez, em 1861, e é agora um livro guardado nos Arquivos Nacionais. Segue-se o toque do “Hail to the Chief” – o hino da presidência norte-americana –, interpretado pela banda do Corpo de Infantes da Marinha, e tudo acaba com 21 salvas de canhão.
Depois, é mais “caos”. Obama, acompanhado pela mulher Michelle e as filhas, voltará para a Casa Branca pela avenida Pensilvânia, onde presenciará um desfile com duração prevista de três horas.
Apesar de todo o auê, soube-se que, fiel à sua promessa, pelo menos 20 assessores começarão a trabalhar de imediato. Não vão assistir nem ao desfile ou participar do almoço protocolar. Vão direto para a Casa Branca porque, antes do fim do dia, Obama quer enviar ao Congresso o novo pacote de recuperação econômica.
À posse, assistem todos os membros do gabinete, menos um. O secretário da Defesa Robert Gates – único alto funcionário que Obama trouxe da administração Bush – está num lugar desconhecido, caso haja um desastre ou atentado que impeça o presidente e seu vice Joseph Biden de tomarem posse. Nesse caso, Gates assumiria o governo.
De resto, a segurança é impressionante. Segundo números oficiais, as autoridades mobilizaram 30.000 efetivos especiais – mesmo número de soldados destacados no Afeganistão. Outro dado curioso: o juramento de Obama será tomado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts. Quando era senador, Obama votou contra a nomeação de Roberts por Bush.
Nesta manhã, o diário Washington Post anunciou que Obama pensa em nomear o ex- senador George Mitchell como enviado especial para o Oriente Médio, logo que Hillary Clinton for confirmada como secretária de Estado.
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