O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na
quarta-feira (25/07) um plano de “reestruturação econômica” do país. Os
detalhes do programa, divulgados nesta quinta (26/07), apontam para o corte de
cinco zeros no bolívar, uma revisão da lei contra crimes cambiais, o
fortalecimento das reservas internacionais e a isenção de impostos para
importações.
Segundo o vice-presidente para área econômica do país,
Tareck El Aissami, novas medidas devem ser anunciadas nos próximos dias.
A reconversão monetária, com o corte de cinco zeros na
moeda, passará a valer a partir do dia 20 de agosto. Segundo afirmou Maduro na
quarta, o bolívar estará ancorado pela criptomoeda Petro, lançada no ano
passado pelo governo.
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Programa pretende fortalecer reservas internacionais e conseguir maior isenção de impostos para importações (Foto: Prensa Presidencial)
Além disso, o presidente irá apresentar nos próximos dias à
Assembleia Nacional Constituinte (ANC) um novo projeto que modifica os limites
legais para movimentação de moeda estrangeira, com o objetivo, de acordo com o
governo, de incentivar e permitir investimentos.
Caracas também decidiu isentar, por um ano, o pagamento de
impostos para aqueles que tragam ao país bens de capital, matérias-primas,
insumos e agroinsumos, maquinário, equipamentos e alguns produtos
manufaturados, de acordo com regulação posterior a ser feita pelo governo. A
medida busca, de acordo com o Palácio de Miraflores, incentivar a produção
nacional e acelerar o crescimento econômico.
Maduro também determinou a entrega do bloco 2 (Ayacucho) da
Faixa Petrolífera do Orinoco ao Banco Central da Venezuela para aumentar as
reservas financeiras do país. “Esta é uma maneira muito dinâmica e criativa
para fortalecer as reservas internacionais. É importante para o êxito do
programa de recuperação econômica e para fortalecer a disponibilidade de moeda
livremente convertível, como petros, dólares, yuanes. A meta é atender as
necessidades do mercado de divisas convertíveis”, disse Maduro.
Para El Aissami, as medidas colocam “uma data para o fim” do
que chamou de “especulação criminal”, que seria parte do que o governo chama de
“guerra econômica” contra o país.
“Não é um ‘pacotaço’ para enriquecer poucos em detrimento
das grandes maiores. É seguir avalizando as propostas coletivas para o
desenvolvimento integral de todo o povo venezuelano”, disse.
(*) Com teleSUR e AVN