O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, informou nesta segunda-feira (16/09) a apreensão por parte das Forças Armadas Bolivarianas de um grande carregamento de equipamentos bélico proveniente dos Estados Unidos.
“Todas as armas apreendidas vêm dos Estados Unidos, estamos falando de mais de 400 fuzis e metralhadoras”, ressaltou Cabello, durante uma entrevista ao programa “Com Maduro +”, atração televisiva do canal estatal VTV apresentada pelo próprio presidente Nicolás Maduro.
O ministro detalhou que as armas apreendidas são dos modelos Kalashnikov USA e M4A1. Todas pertencem à empresa Century Arms, especializada na importação e fabricação de réplicas de armas norte-americanas, e entraram no país através da fronteira com a Colômbia.
Cabello recordou que este é o segundo carregamento de armas norte-americanas apreendido no país este ano. O primeiro caso aconteceu dias antes da eleição presidencial – realizada em 28 de julho. “Essas armas estão sendo enviadas para operações que visam promover o terrorismo e atentar contra a nossa democracia”, comentou o ministro, durante o programa.
“Quando capturamos as três primeiras pessoas envolvidas na realização de ataques com granadas, descobrimos que esses criminosos estavam ligados a José Miguel Estrada”, afirmou o ministro, fazendo referência a um mercenário envolvido em uma tentativa de assassinato contra o presidente Nicolás Maduro. Cabello acrescentou que “14 pessoas estão detidas e serão interrogadas por outra ação, uma tentativa de plantar explosivos dentro das prisões”.
Por sua vez, o presidente Nicolás Maduro disse que ordenou ao ministro Cabello reforçar as operações nas fronteiras e também nos portos e aeroportos. Também solicitou ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino, a preparação de um plano de contingência para possíveis ataques “terroristas” a infraestruturas vitais do país.
“O que o (ministro) Cabello mostrou aqui (no programa) não é nem 10% da provas que o Ministério Público e os órgãos de Justiça já possuem, e que comprovam a tentativa desses grupos fascistas de atentar contra a paz na Venezuela”, comentou o mandatário.
Empresário de Miami
Segundo o titular do Ministério do Interior da Venezuela, as investigações trabalham com duas hipóteses. Uma delas envolve Wilber Joseph Castañeda, oficial militar da ativa dos Estados Unidos ligado ao grupo criminoso paramilitar Tren de Aragua.
A segunda hipótese está relacionada ao norte-americano Erik Prince, dono da empresa de mercenários Blackwater, que deu declarações recentes afirmando que suas tropas estariam se infiltrando no país para atacar a infraestrutura vital, especialmente na área de energia, e também para praticar assassinatos seletivos.
Essas declarações feitas pelo próprio empresário foram publicadas na quarta-feira (11/09) em suas redes sociais. Prince assegura que lidera uma operação batizada como “Ya Casi Venezuela” (“quase lá Venezuela”) e que seu objetivo final é matar o presidente Nicolás Maduro e derrubar seu governo.
“A Venezuela está prestes a mudar de rumo. Em pouco tempo, você poderá ser testemunha e protagonista do movimento que cumprirá a vontade do povo venezuelano”, afirmou o empresário residente em Miami, em uma mensagem que era acompanhada com um relógio em conta regressiva, que no dia 11 de setembro afirmava que faltavam cinco dias e 23 horas para que se produzisse a tal novidade prevista.
Com informações de TeleSur.