Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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Em 28 de novembro, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovou a “Lei Orgânica Libertador Simon Bolívar contra o bloqueio imperialista e em defesa da República Bolivariana da Venezuela”.

A legislação busca impedir atividades políticas e econômicas que promovam as sanções econômicas que vários países ocidentais impuseram arbitrariamente à república caribenha.

Os deputados aprovaram a lei foi aprovada após a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou a “Lei Bolívar”, que busca proibir todos os tipos de negócios entre os EUA e a Venezuela.

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O objetivo do documento aprovado na Venezuela é “sancionar a imposição de medidas coercitivas unilaterais e outras medidas restritivas ou punitivas, bem como ações catalogadas como contrárias à segurança da nação, soberania, nacionalidade, independência, autodeterminação, integridade territorial, aos valores culturais, símbolos patrióticos e interesses da República”.

Para os legisladores venezuelanos que aprovaram a lei, as sanções impostas pelos países ocidentais são atos punitivos, coercitivos, unilaterais e restritivos e, portanto, constituem “um crime contra a humanidade, no âmbito de um ataque sistemático e generalizado contra a população civil”.

Entre as ações agora ilegais na Venezuela estão a promoção de medidas coercitivas ou outras medidas restritivas contra o Estado por outros Estados ou corporações estrangeiras, o desrespeito aos poderes legitimamente constituídos do Estado, a colaboração com organizações estrangeiras que promovem sanções contra interesses naturais, o impedimento de investimentos estrangeiros no país e a promoção ou solicitação de atividades armadas contra o povo venezuelano.

As sanções contra pessoas que agem contra os interesses da República incluem prisão, desqualificação política e confisco de bens das pessoas envolvidas. Da mesma forma, durante o dia da aprovação da “Lei Orgânica Libertadora Simón Bolívar contra o bloqueio imperialista e em defesa da República Bolivariana da Venezuela”, também foi considerada a possibilidade de retirar as permissões de operação de empresas de mídia social que atuam contra os interesses da segurança nacional. Depois de aprovar a lei, os legisladores apresentaram o documento à Estátua de Simón Bolívar, na central Plaza Bolívar de Caracas.

VTV
Jorge Rodríguez votando a favor da lei em uma sessão da Assembleia Nacional em 28 de novembro
Venezuela sob cerco

Desde 2014, a Venezuela está sob um regime complexo e abrangente de medidas coercitivas unilaterais, ou sanções, impostas principalmente pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

As mais de 1.000 medidas que foram impostas à República Bolivariana na última década são vastas. Autoridades individuais do governo bolivariano e, em alguns casos, até mesmo seus familiares, tiveram seus vistos revogados, seus bens e propriedades apreendidos e alguns até mesmo tiveram recompensas de milhões de dólares colocadas em suas cabeças pelo Departamento de Justiça dos EUA.

Divulgação campanha bandeira Opera Mundi

Setores inteiros da economia venezuelana também foram duramente atingidos, especialmente o setor de petróleo e a empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). As sanções ao setor petrolífero chegaram ao ponto de sancionar qualquer empresa estrangeira que tentasse se envolver em transações com a PDVSA. Depois que Juan Guaidó se declarou presidente interino, os EUA e seus aliados confiscaram a maioria dos ativos estrangeiros da Venezuela, incluindo cerca de US$ 8 bilhões em contas bancárias e reservas de ouro, além de empresas estatais importantes no exterior, como a CITGO e a Monomeros. Em alguns casos, esses ativos foram entregues à oposição liderada por Guaidó. Investigações posteriores descobriram que Guiadó e seus aliados desviaram quantias significativas de dinheiro e levaram as empresas estatais à falência devido à má administração.

A série de sanções impostas pelo governo Trump de 2017 a 2019 causou um declínio drástico de 90% no PIB do país, o que afetou a qualidade de vida geral da população, o acesso a alimentos, medicamentos e suprimentos vitais, bem como os empregos do setor público e a capacidade do Estado de manter programas sociais e uma administração funcional.

Por meio dessas sanções, que têm sido variadas e severas, os EUA e seus aliados têm procurado punir o povo da Venezuela por seu modelo de transformação. Com a promoção da “Lei Orgânica Libertador Simon Bolívar contra o bloqueio imperialista e em defesa da República Bolivariana da Venezuela”, o objetivo é interromper as atividades internas que, de alguma forma, promovam o enfraquecimento da economia nacional e, assim, buscar promover uma mudança de governo no país.

(*) Texto originalmente publicado em Peoples Dispatch e traduzido por Redação Opera Mundi.