O comando de campanha da candidatura de Nicolás Maduro à reeleição na Venezuela denunciou nesta sexta-feira (19/07) que a candidatura de extrema direita, liderada por Edmundo González, pretende promover um golpe de Estado no país a partir do desconhecimento dos resultados das eleições presidenciais, que acontecerão no próximo dia 28 de julho.
A acusação se baseia no anúncio feito nesta quinta-feira (18/07) pelo grupo opositor Plataforma Unitária, de extrema direita, de que realizará sua própria contagem das urnas e que só aceitará o resultado apurado pelos seus representantes e não pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão eleitoral oficial da Venezuela.
Segundo Jorge Rodríguez, chefe de campanha da aliança Venezuela Nossa (que defende a reeleição de Maduro), “a extrema direita não quer vencer com votos, mas sim com bots, recorrendo à manipulação mediática da realidade”.
Ele garantiu que com essas pesquisas de saída vão aquecer os bots para gerar ações fascistas e realizar ações violentas no dia 28 de julho. Ele afirmou que a agência CNN os está ajudando a executar esse plano.
Considerou que este setor já sabe que vai perder as eleições e tentará mais uma vez impor uma situação diferente daquela produzida pelas urnas.
“Quando alguém reclama de fraude antecipada é porque sabe que já perdeu ou está em busca de subterfúgios para tentar impor uma situação, dizer que o que vale não é o resultado das urnas eletrônicas e sim os das pesquisas de boca de urna feitas sob medida para reforçar essa narrativa”, explicou Rodríguez, em uma coletiva.
Por sua vez, o porta-voz da Plataforma Unitária, Biagio Pilieri, argumentou que “vamos ter as atas de 30.026 mesas e dos mais de 15 mil centros de votação e vamos respeitar o que dizem essas atas num processo que tem de ser livre, democrático e transparente aquele dia”.
“O que quer que as nossas atas digam ser a vontade do povo da Venezuela, é claro que vamos respeitá-los e temos certeza que essas atas vão dizer que Edmundo González será o presidente”, afirmou o representante da extrema direita.
Vale lembrar que González foi um dos dois candidatos presidenciais que se negou a assinar um documento em que se comprometia a reconhecer os resultados apresentados pelo CNE. Oito presidenciáveis assinaram o documento, incluindo representantes de outros setores de direita, e também o presidente Maduro, que concorre à reeleição.