Quinta-feira, 3 de julho de 2025
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Em um contexto da direita dividida, vários candidatos da oposição realizaram seus votos neste domingo (25/05) na Venezuela, sem aderir ao boicote apelado pela deputada ultraliberal María Corina Machado. 

A parlamentar, que integra a coalizão ultradireitista Plataforma Unitária, levantou um movimento sob o lema “Eu já votei em 28 de julho” – em referência à data do pleito presidencial de 2024 que reelegeu Nicolás Maduro – pedindo para que os eleitores se abstivessem da votação. 

A mesma estratégia foi adotada nas presidenciais de 2018 e nas legislativas de 2021 em uma tentativa de descredibilizar o governo chavista. Entretanto, o método surtiu um efeito oposto, resultando em uma Assembleia liderada pelo chavismo e na consolidação de governos estaduais progressistas. Atualmente, a direita toma conta da administração de apenas quatro estados venezuelanos.

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Ao longo da tarde de domingo, os candidatos oposicionistas que votaram, pediram participação civil como forma de alcançar o entendimento nacional, a reconciliação e a transformação política.

O candidato a governador do estado de Aragua, Luis Eduardo Martínez, foi um dos primeiros a ir votar na Escola Secundária Agustín Codazzi, onde estudou durante sua juventude. Ele apelou aos civis para que não fiquem em casa.

“Reafirmemos com nossa participação o desejo de viver em paz e garantir a convivência, a harmonia e a compreensão necessárias para seguir em frente”, disse, reafirmando também a importância da votação para a eleição de uma nova Assembleia Nacional.

Por sua vez, o candidato a deputado pela Aliança do Lápis, Antonio Ecarri, votou no município de Libertador, em Caracas. Ele destacou a velocidade do processo eleitoral e lançou um apelo direto contra a abstenção.

“Proteste votando! Não votar não é um ato de rebelião, é um tiro no pé, é suicídio”, disse. “A guerra é fácil de construir. A paz, por outro lado, requer sentar, discutir e conversar cara a cara. A Venezuela precisa se reunir novamente”.

José Brito, candidato a governador do estado de Anzoátegui, votou e declarou que “não vamos permitir que a indiferença decida por nós”.

“A abstenção só beneficia aqueles que não querem mudanças. Hoje é a hora de levantar nossas vozes”, afirmou, acrescentando que o voto, independente do resultado, pode se tornar uma ferramenta para uma mudança real.

(*) Com Telesur