A Procuradoria Geral da Venezuela emitiu esta quinta-feira (02/01) um mandado de prisão contra o ex-candidato presidencial da extrema direita, Edmundo González Urrutia, por crimes relacionados aos atos de desestabilização do país promovidos entre os meses de agosto e setembro de 2024.
O líder opositor foi candidato presidencial da coalizão extremista Plataforma Unitária nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho de 2024, e recebeu 43,18% dos votos, sendo derrotado por Nicolás Maduro, atual presidente e candidato do Partido Socialista da Venezuela (PSUV), que foi reeleito com 51,97%.
Os atos convocados por González Urrutia nos meses seguintes após a eleições tinham como objetivo desconhecer os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A coalizão de extrema direita alega que houve uma fraude e que seu candidato teria sido o verdadeiro vencedor.
Segundo a Procuradoria Geral venezuelana, González Urrutia é investigado pelos crimes de conspiração, cumplicidade na utilização de atos violentos contra a República, usurpação de funções, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro, ação contra as instituições do Estado, instigação à desobediência às leis e associação ilícita.
Vale recordar que a Justiça venezuelana enviou três convocações a González Urrutia para prestar esclarecimentos, durante os meses de agosto e setembro, e o opositor se recusou a comparecer em todas essas ocasiões.

Edmundo González Urrutia promete regressar à Venezuela para intervir na posse de Nicolás Maduro, marcada para o dia 10 de janeiro
Entre o final de agosto e início de setembro, o líder opositor passou pelas embaixadas da Holanda e da Espanha, respectivamente. No dia 7 de setembro de 2024, através de um salvo-conduto entregue pelo governo venezuelano, ele deixou o país e se refugiou em Madri. Na mesma data, ele assinou uma carta dizendo que reconhecia a vitória de Maduro nas eleições de 2024.
Viagem a Caracas
Através de suas redes sociais, Edmundo González Urrutia anunciou que estará em Buenos Aires neste sábado (04/01), para um encontro com o presidente argentino, Javier Milei, na Casa Rosada.
Segundo o opositor, sua visita à Argentina será a primeira de uma turnê por países latino-americanos, que deve terminar com seu retorno a Caracas, no dia 10 de janeiro, data na qual está marcada a cerimônia que tornará oficial o início do terceiro mandato de Nicolás Maduro como presidente.
González Urrutia afirma que ele é quem deverá tomar posse no dia 10 de janeiro, e que esse é o objetivo de sua viagem à capital venezuelana.