O Ministério Público da Venezuela enviou um pedido à Interpol nesta segunda-feira (13/01) para que seja emitido uma alerta vermelho internacional contra o opositor de extrema direita Leopoldo López, acusado de promover uma campanha em prol de uma intervenção militar estrangeira no país.
A medida foi anunciada pelo procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, em uma coletiva na qual foram apresentadas provas audiovisuais ligando López aos recentes apelos em favor de uma intervenção internacional feitos pelos ex-presidentes da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010) e Iván Duque (2018-2022).
Entre as provas apresentadas pelo Ministério Público está um vídeo em que Uribe, também representante da extrema direita em seu país, cita o extremista e defende “uma intervenção internacional, de preferência apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para remover os tiranos do poder”. No vídeo, ele aparece ao lado de Duque, integrante do mesmo setor político.
O apelo dos ex-mandatários colombianos foi feito no mesmo dia em que Nicolás Maduro assumiu seu terceiro mandato presidencial, na última sexta-feira (10/01).
A acusação também inclui documentos que ligariam a declaração de Uribe e Duque à campanha promovida por López desde o segundo semestre de 2024, e que tem sido difundida através das redes sociais, sendo parte das iniciativas através das quais a oposição venezuelana vem tentando desestabilizar o atual governo do país.

Procurador-geral venezuelano Tarek William Saab enviou pedido à Interpol para emissão de alerta vermelho internacional
Para Saab, a campanha liderada pelo opositor é “parte de um plano baseado em promover o derramamento de sangue em função de um objetivo político”.
López é acusado de instigação a ações armadas contra a República, o que viola o artigo 12 da Lei Orgânica da Venezuela, além de associação ilícita, crime previsto no artigo 37 da mesma Lei Orgânica.
Também há duas denúncias baseadas no Código Penal venezuelano, pelos crimes de traição à pátria (artigo 128) e conspiração (artigo 132).
Na coletiva, Saab também enfatizou que a Lei Orgânica Simón Bolívar, na qual se baseia parte da acusação, é o segundo conjunto jurídico mais importante da Venezuela, imediatamente depois da Constituição.