As autoridades venezuelanas libertaram seis prisioneiros norte-americanos, nesta sexta-feira (31/01), a após a visita ao país do enviado dos Estados Unidos para missões especiais, Richard Grenell.
Em seu perfil no Instagram, Grenell publicou uma foto, tirada em uma aeronave, onde está acompanhado dos seis homens, quatro deles usando os uniformes azuis do sistema penitenciário venezuelano. Os nomes dos ex-prisioneiros não foram revelados.
“Um dia emocionante. Na Venezuela, eu negociei a libertação de seis prisioneiros”, escreveu o enviado na legenda da foto.
De acordo com informações da agência de notícias AFP, a ONG Foro Penal, dedicada à defesa de presos políticos, contabilizava oito norte-americanos presos na Venezuela, entre eles um militar, e dois cidadãos de outras nacionalidades com residência nos Estados Unidos, acusados de conspirar contra Maduro e planejar atos de violência.
A visita de Grenell partiu de uma solicitação formal enviada pelos Estados Unidos com o propósito de reatar a relação entre os países, rompida em 2019. O enviado especial foi recebido por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, e Yván Gil, chanceler venezuelano.
Segundo a mídia venezuelana, o pedido foi aceito por Nicolás Maduro, que defendeu uma “agenda zero”, em um movimento que reativa o diálogo entre Estados Unidos e Venezuela, após anos de tensão e sanções impostas pelos governos estadunidenses. Grenell se reuniu com o presidente venezuelano, que falou sobre um “novo começo nas relações” entre os países.
Repatriação de venezuelanos
O governo dos Estados Unidos havia anunciado que Grenell pediria a Maduro para repatriar venezuelanos que estão no país de forma irregular.
Grenell também tem como missão garantir que “norte-americanos que estão retidos na Venezuela […] devem ser libertados imediatamente”, acrescentou. “Do contrário, haverá consequências”, advertiu, porque “isso não é uma negociação em troca de algo”.

Richard Grenell (em pé, de branco), acompanhando dos seis ex-prisioneiros libertados pela Venezuela
Assim que retornou à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto que declara os cartéis mexicanos e a gangue venezuelana Tren de Aragua como “organizações terroristas”.
O republicano, no entanto, não considera criminosos apenas os membros desse grupo, mas todos os imigrantes que entraram de forma irregular nos Estados Unidos, e pretende expulsar o maior número possível deles.
Na última quarta-feira (29/01), Trump derrubou o Status de Proteção Temporal (TPS, na sigla em inglês) para venezuelanos. A medida garantia que os migrantes venezuelanos poderiam morar e trabalhar no país até outubro de 2026. A decisão do republicano deve atingir mais de 600 mil pessoas, que poderão ser deportadas.
O governo de Maduro informou que receberá os migrantes venezuelanos que serão deportados. A Venezuela ainda não recebeu nenhum voo com deportados.
Segundo o presidente venezuelano, a ideia é receber e dar oportunidade aos venezuelanos que voltarão ao país.