O governo da Venezuela organizou um sistema baseado não só no Exército, mas também nos setores populares para garantir a segurança da posse do presidente eleito Nicolás Maduro nesta sexta-feira (10/01).
Milhares de cidadãos prestaram juramento na quarta-feira (08/01) à vice-presidente Delcy Rodríguez no Palácio de Miraflores. Depois do evento, eles saíram em carreata pelas ruas de Caracas e outras regiões em defesa da Revolução Bolivariana.
O esquema de segurança também conta com centenas de mulheres que prestaram juramento e ganharam identificações em evento presidido pela prefeita de Caracas Carmen Meléndez e pela ministra da Mulher, Jhoanna Carrilho.
Maduro também ativou os mais de 5 mil Comitês de Segurança e Defesa Integral (CSDI) nos 23 estados do país, instâncias participativas da comunidade.
Tais comitês integram um órgão nacional que reúne cidadãos, militares e policiais na defesa da soberania, independência e paz do país.
‘À menor ameaça nós atuaremos’
“A coisa vai ir bem mal para vocês, senhores da violência e terroristas”, disse ministro do Interior, Diosdado Cabello, destacando que nesses 25 anos de Revolução Bolivariana seus líderes foram aprendendo. “Nós vamos passar ao contra-ataque, nunca mais vamos acreditar na boa fé de vocês. À menor ameaça, nós atuaremos”.
Vale lembrar que Maduro derrotou, em 2019, uma campanha orquestrada pelos Estados Unidos para derrubá-lo e uma tentativa de assassinato em 2018.
Além da mobilização e do trabalho de inteligência, a Venezuela pretende evitar a presença na posse de pessoas consideradas inimigas da revolução bolivariana.
Na terça-feira (07/01), a Assembleia Nacional declarou personas non gratas nove ex-presidentes latino-americanos que manifestaram intenção de ir ao vento. Os políticos são integrantes do grupo Idea (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas) e são líderes conservadores globais.
A medida é direcionada aos ex-mandatários Andrés Pastrana (Colômbia), Mario Abdo (Paraguai), Mireya Moscoso (Panamá), Felipe Calderón (México), Vicente Fox (México), Ernesto Pérez (Panamá), Jorge Quiroga (Bolívia), Laura Chinchilla (Costa Rica) e Jamil Mahuad (Equador).
O mesmo tratamento foi prometido ao candidato derrotado de extrema direita à Presidência Edmundo González Urrutia, que, após contestar os resultados, teve ordem de prisão decretada e fugiu para o exterior.
Desde então se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes da direita mundial para pedir seu apoio e, há dois dias, dirigiu-se aos militares venezuelanos