O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rechaçou as pressões e os ultimatos apresentados pela União Europeia (UE), que exigiram ao governo bolivariano convocar eleições presidenciais no prazo de oito dias.
“Nós não aceitamos o ultimato de ninguém. É como se eu tivesse dito à UE: te dou sete dias para reconhecer a República da Catalunha, se não vamos tomar medidas. A política internacional não pode ser baseada em pressões”, disse o chefe de Estado durante uma entrevista ao programa espanhol Salvados, transmitido pela Antena 3 neste domingo (03/02).
Maduro denunciou que as ações do bloco europeu respondem à linha intervencionista promovida pelas autoridades dos Estados Unidos, com o objetivo de executar um golpe de Estado no país sul-americano.
“Muitos dos líderes europeus que acabam assumindo de maneira obediente a estratégia de Washington se prejudicam e prejudicam a Venezuela”, enfatizou.
O presidente explicou que para se alinhar com a estratégia dos EUA, em 31 de janeiro a UE criou um Grupo de Contato Internacional para a falta de consenso entre os seus membros com objetivo de estabelecer uma posição sobre a situação na Venezuela, onde o deputado da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino com o apoio da Casa Branca.
Da mesma forma, Maduro afirmou que as ações intervencionistas realizadas pelo governo de Donald Trump respondem a uma política do século XX em que se impunham as ações golpistas de caráter militar.
Nesse sentido, ele deu como exemplo as guerras do Vietnã, do Camboja ou do Iraque, bem como durante a chamada Primavera Árabe, que contou com o apoio americano e terminou com a destruição de nações como a Líbia.
“No final, eles querem retornar a um século XX de golpes de Estado militares, de governos fantoches subordinados a seus comandos para saquear nossos recursos naturais. E isso é inviável: o século 21 está avançado. A América Latina e o Caribe não podem ser o quintal dos Estados Unidos”, disse Maduro.
Apesar das agressões, o chefe de Estado venezuelano reiterou sua disposição de dialogar com Trump a fim de buscar uma solução pacífica para o país.
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Em entrevista ao programa espanhol Salvados, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro respondeu ao ultimato da Europa para que promova a re