A Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coalizão de oposição na Venezuela, mais uma vez se posicionou contrária à posse do presidente Nicolás Maduro nesta sexta-feira (10/01).
Os extremistas afirmam que a posse seria é um “golpe de Estado”, já que a extrema direita contesta o resultado do pleito que elegeu o chavista com 51,2% dos votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. Porém, não apresentaram provas disso.
A PUD reivindica a vitória do ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia nas eleições de 28 de julho de 2024 e falou que, a partir de hoje, “uma nova etapa” será iniciada pela oposição contra o governo.
Em nota, falaram em uma “conduta de resistência” no país e que contam com o apoio de “aliados além das fronteiras”.
“Edmundo González Urrutia é quem deve ser juramentado como presidente legítimo, hoje ou amanhã, pois assim decidiu a maioria dos venezuelanos”, ressalta a plataforma de oposição.
Hoy comienza una nueva fase en la lucha por la democracia y la libertad de Venezuela. #Comunicado #10E pic.twitter.com/vLFVbCBust
— Unidad Venezuela (@unidadvenezuela) January 10, 2025
Planos de golpe
As afirmações da oposição de extrema direita condizem com a denúncia apresentada pelo ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, na última quarta-feira (08/01), sobre a prisão do ex-candidato presidencial Enrique Márquez.
De acordo com o governo chavista, o político estava envolvido em um suposto plano de golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro.
Segundo Cabello, o plano tinha como objetivo empossar González em uma embaixada venezuelana no exterior, a fim de estabelecer um “governo provisório”.
O representante do governo revelou detalhes do suposto plano para ignorar a Constituição e estabelecer uma Presidência paralela fora do país, ao empossar o opositor de extrema direita como presidente.
Cabello apresentou um documento de 21 páginas que teria sido escrito por Márquez e pelo advogado Sergio Urdaneta, intitulado “Proposta urgente para 10 de janeiro, documento de circulação restrita”.
González, que pediu asilo na Espanha em 8 de setembro, ameaçou retornar à Venezuela para intervir na posse de Maduro. O plano o levou à Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana para reunir apoio contra a posse, mas a ameaça não se concretizou e a posse de Maduro ocorreu sem interferências.
As autoridades venezuelanas — que oferecem U$ 100 mil (R$ 613 mil reais) por sua prisão — já alertaram que, se ele chegar ao país, “será preso imediatamente”, uma vez que foi indiciado juridicamente por publicar um site com atas eleitorais falsas após o pleito e sofre acusações por atos de insurreição no país.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato.