O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (06/01) a decisão de romper suas relações diplomáticas com o Paraguai.
Em comunicado difundido pelo Ministério de Relações Exteriores, Caracas alega que a medida foi tomada após o presidente paraguaio Santiago Peña manifestar seu apoio ao plano do ex-candidato opositor Edmundo González Urrutia de se autoproclamar presidente do país.
Neste domingo (05/01), Peña manteve uma videoconferência com González Urrutia e com a líder opositora María Corina Machado, ambos representantes da coalizão de extrema direita Plataforma Unitária.
No encontro virtual, o mandatário paraguaio se referiu a Gonzáles Urrutia como “vencedor das eleições presidenciais na Venezuela” e “principal líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro”.
“É lamentável que governos como o do Paraguai continuem a subordinar a sua política externa aos interesses das potências estrangeiras, promovendo agendas que visam minar os princípios democráticos e a vontade dos povos livres”, diz um trecho do comunicado.
Em outra parte da mensagem, o governo bolivariano enfatiza que “rejeita categoricamente” as declarações de Peña, e acusam o mandatário de “ignorar o direito internacional e o princípio da não intervenção, tentando relançar uma prática fracassada que lembra as fantasias políticas do extinto Grupo de Lima, com sua ridícula aventura chamada Guaidó”.
No texto, a chancelaria venezuelana também determina “a retirada imediata do seu pessoal diplomático acreditado no país (Paraguai)”.
Ao mesmo tempo, o governo do Paraguai reagiu à decisão de Caracas expulsando o embaixador venezuelano em Assunção, Ricardo Capella, e todo o pessoal diplomático credenciado no país, que deverão deixar o território paraguaio em um prazo máximo de 48 horas.
Na semana passada, o governo da Venezuela publicou um novo mandado de prisão contra o ex-candidato González Urrutia, no qual também é oferecida uma recompensa de 100 mil dólares a quem puder fornecer informações sobre o seu paradeiro.