O Exército de Israel finalizou na manhã de hoje (21) a retirada de Gaza e abandonou todas as suas posições no território palestino, informa um porta-voz militar. Segundo ele, os militares foram redistribuídos e estão fora da Faixa de Gaza, preparados para qualquer eventualidade.
As tropas israelenses entraram em Gaza em 3 de janeiro, após uma semana de bombardeios aéreos e marítimos, alegando necessidade de reduzir a capacidade do Hamas de disparar foguetes contra o sul de Israel.
No domingo passado, Israel iniciou um cessar-fogo unilateral, em princípio rejeitado pelo Hamas e demais grupos palestinos em Gaza. Posteriormente, estes também anunciaram cessar-fogo e deram uma semana para Israel deixar seu território.
A incursão israelense provocou a morte de mais de 1.400 palestinos e feriu cerca de 5.500, na ofensiva mais sangrenta na região desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Do lado israelense, morreram 13 pessoas.
Crimes contra a humanidade
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) constituiu um comitê presidencial para preparar denúncias contra Israel por “crimes contra a humanidade” cometidos na Faixa de Gaza. O grupo é presidido pelo ministro da Justiça palestino, Ali Hassan, e reúne informação sobre os ataques contra a população civil, disse uma fonte da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
Segundo ela, o comitê denunciará as violações da lei internacional não apenas diante de tribunais internacionais, mas também em tribunais nacionais competentes para julgar estes crimes.
Israel alega que o objetivo da ofensiva foi minar o Hamas e outras milícias armadas. “Se quisessem atacar o Hamas e frear o contrabando de armas a partir do Egito, poderiam ter bombardeado toda a fronteira e procurado a casa de Ismail Haniyeh [líder do Hamas em Gaza], e não bombardeado a população civil”, afirmou a fonte.
Dando adeus a Gaza
Cerca de quatrocentos palestinos com dupla nacionalidade serão retirados hoje da Faixa de Gaza, segundo oficiais israelenses. Israel permitirá a saída deles “após ter recebido o pedido de vários governos estrangeiros”, explicou Peter Lerner, porta-voz de Coordenação das Atividades do Governo nos territórios palestinos, vinculado ao Ministério da Defesa.
São cidadãos dos Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, França, Irlanda, Grécia, Áustria, Romênia, Noruega, Dinamarca, Canadá, Jordânia, Austrália, Turquia e Filipinas, acrescentou o porta-voz.
A saída será através da passagem de Erez, no norte de Gaza, e controlada pelo Exército israelense, de onde os palestinos serão transferidos para a Jordânia através da passagem fronteiriça de Allenby, para dali viajarem para seus respectivos países.
Esta é a terceira oportunidade na qual Israel permite a saída de palestinos com dupla nacionalidade desde que começou a ofensiva militar, no dia 27 de dezembro.
Líder da Jihad Islâmica capturado
Agentes israelenses capturaram hoje um dos principais chefes da Jihad Islâmica na Cisjordânia, Salim Amim Kalim, informaram fontes da polícia palestina em Ramallah.
Kalim, chefe da Jihad na área de Jenin (norte da Cisjordânia), foi capturado por agentes de segurança israelenses à paisana na cidade de Kabatiye, disseram os policiais. Ele foi transferido para um local desconhecido, provavelmente fora da Cisjordânia.
Um porta-voz do Exército israelense assegurou não ter, por enquanto, informação sobre essa captura.
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