Diante do poderio alemão, conclamar a liberação da França só foi viável com a ajuda das tropas dos países aliados que no Dia D, 6 de junho de 1944, sob o comando do general norte-americano Eisenhower, desembarcaram na Normandia.
Luciano Fogaça/Opera Mundi
Yvette, hoje, com 87 anos, tinha 17 quando a Alemanha invadiu a França, e não fazia ideia do quanto sua vida se transformaria
Charles Pegulu de Rovin, hoje, com 89 anos, participou da Liberação de Paris, e chamado por Opera Mundi a descrever como veio a se engajar nas ações contrárias aos alemães, contou: “Era 1943, eu tinha 18 anos. Havia uma perspectiva de bombardeio, mas não houve; ainda bem, pois eu estava armado apenas com uma metralhadora Sten e tudo que eu possuía de munição produziria apenas 30 segundos de fogo. Nós entramos, então, pelas portas do lado do Hotel de Ville (equivalente à prefeitura), onde estavam os alemães, e eles se renderam no dia 25 de agosto de 1944”.
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O ex-combatente se lembra de seu engajamento como uma ação cívica indispensável da qual ele jamais poderia ter se negado a cumprir: “Nós estávamos ocupados pelos alemães, e era uma ocupação pesada, demorada – já fazia quatro anos. Havia alemães por todos os lados, havia toque de recolher, existiam calçadas nas quais não podíamos pisar. Então, quando eu soube de um possível bombardeio em Paris, eu fui ajudar a construir a Liberação. Se seu país está ocupado, é um dever seu recuperá-lo”, declara.
Luciano Fogaça/Opera Mundi
Da esquerda para direita, o ex-combatente Charles Pegulu de Rovin e seus companheiros da Segunda Divisão Blindada
A lembrança de como foi dolorosa a Ocupação também está marcada na memória de Yvette Buisson, cujo pai adotivo, Maxime Védy, e pai natural, Gilbert Médéric Védy, foram capturados pela Gestapo e morreram antes da Liberação.
Yvette, hoje, com 87 anos, tinha 17 quando a Alemanha invadiu a França, e não fazia ideia do quanto sua vida se transformaria: “eu perdi minha juventude; foi um tempo sem viagem, sem saídas, sem alegria, sem bicicleta; a brutalidade dos alemães estava por todos os lados”, recorda.
“Qualquer pessoa vista como progressista era tomada como inimiga quando a Alemanha nos invadiu. Na década de 40, progressista era qualquer pessoa contrária ao estabelecido”, explica Yvette.
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