De acordo com documento sigiloso dos Estados Unidos, revelado pela organização Wikileaks, o Departamento de Estado norte-americano acompanhava de perto o “Movimento 06 de Abril” , do Egito, desde dezembro de 2008. O grupo é um dos responsáveis por organizar, pela internet, protestos contra o governo do ditador Hosni Mubarak.
O despacho diplomático narra uma conversa entre um funcionário da Embaixada dos EUA no Cairo e um representante do “Movimento 06 de Abril” – os nomes dos envolvidos foram preservados pelo Wikileaks.O encontro aconteceu após o retorno do membro do grupo de uma conferência com outros jovens ativistas, nos EUA.
Conforme detalha o documento, o governo norte-americano não tinha muitas expectativas no sucesso das intenções do grupo. “ O Movimento 06 de Abril defende uma mudança para um regime parlamentar ainda antes das eleições presidenciais de 2011”, fato classificado pelo funcionário dos EUA como “irreal”.
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O documento relata ainda que o representante do ‘Movimento 6 de Abril’ se reuniu com a deputada cubano-americana Ileana Ros-Lehtinen, do Partido Republicano e atualmente presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, e com o deputado republicano Frank Wolf, além de dois senadores.
Durante a conversa, o egípcio pediu aos EUA que mudassem a postura com relação a Mubarak, considerado um aliado de Washington. “[Para o Movimento 6 de Abril] Mubarak legitima o seu governo no apoio dos EUA e, portanto, os EUA poderiam acabar sendo ‘cobrados’ pelos crimes de Mubarak”, diz o documento.
A mensagem também revela que os interlocutores do governo norte-americano convidaram o representando do movimento para retornar ao EUA. A nova visita seria para discutir liberdade religiosa e política no Egito. Ele respondeu dizendo que não sabia se teria condições financeiras para viajar.
Estrutura
O despacho aponta que para o “ Movimento 6 de Abril”, a conferência foi importante para a organização do grupo. O representante do movimento explicou que o encontro ajudou no planejamento das ações e na organização do seu grupo.
“Ele disse que os outros participantes do encontro ofereceram muito apoio e até passaram informações de como os membros poderiam agir na rede se serem identificados”, anota o texto.
O despacho, no entanto, diz que apesar do apoio recebido, o representante do movimento lamentou o fato de muitos membros da organização não possuírem computadores.
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