Meir Dagan, chefe do serviço secreto israelense no exterior, Mossad, apresentou aos Estados Unidos um plano para aplicar um golpe de Estado no Irã em 2007, segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, que cita documentos vazados pelo site WikiLeaks.
Em um encontro com o então subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, William Burns, Dagan disse que Israel e EUA mantinham diferentes pontos de vista sobre o calendário do Irã para obter a capacidade nuclear. O chefe do Mossad afirmou nessa reunião que ainda havia tempo para resolver a questão nuclear iraniana, mas advertiu que a República Islâmica estava determinada a obter a capacidade nuclear.
Segundo os documentos, o responsável israelense apresentou um programa em cinco fases para impedir esse objetivo, que incluía a continuação dos esforços diplomáticos, uma nova rodada de sanções ao Irã e a necessidade de impedir a transferência de conhecimentos e tecnologia a Teerã.
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Uma das cláusulas que mais chamou a atenção da imprensa israelense é a proposta do chefe do Mossad de propiciar um golpe de Estado contra o regime iraniano.
Dagan levou a seus interlocutores norte-americanos a proposta de recrutar estudantes pró-democracia e movimentos étnicos, assim como dissidentes, para conseguir derrubar o governo de Teerã.
O chefe do Mossad afirmou que Israel não estava sozinho diante da ameaça nuclear iraniana e destacou a preocupação de Jordânia, Arábia Saudita e dos países do Golfo. Segundo ele, esses países “esperam que alguém faça o trabalho por eles”.
Em relação ao processo de paz entre israelenses e palestinos, Dagan expressou pessimismo ao assinalar que “não se pode conseguir nada”, apesar de mais de uma década negociando um acordo definitivo.
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